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'Chapa Lula-Alckmin está 99,9% fechada', diz Márcio França

O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Lula, em jantar em São Paulo - Divulgação/Ricardo Stuckert
O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Lula, em jantar em São Paulo Imagem: Divulgação/Ricardo Stuckert

Colaboração para o UOL, em Brasília

08/02/2022 00h19Atualizada em 08/02/2022 13h53

O ingresso do ex-governador Geraldo Alckmin no PSB para concorrer como vice em eventual chapa presidencial formada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é praticamente certo. A avaliação é de Márcio França, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB e principal articulador da chapa Lula-Alckmin.

"Falta a formalidade. Eu diria que [as chances atuais] são de 99,9%. Mas 0,1%... Sempre pode acontecer alguma coisa. De repente, trazer um outro partido, esse outro partido exige o vice, que pode compor...", afirmou em entrevista à GloboNews. Ele também disse que Lula e Alckmin tiveram boas conversas.

Além do PSB, Alckmin tem conversado com o Solidariedade e recebeu convites do PV e do PSD para possível filiação. "Tenho a impressão de que ele virá para o PSB", aposta França.

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Perfis complementares e frente anti-Bolsonaro

Na avaliação de Márcio França, a possível aliança partidária de Lula com Alckmin representa uma frente democrática capaz de impedir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

"Só não vê a força de Bolsonaro quem não trabalha em política. Alckmin não é um homem de movimentos bruscos. Foi muito difícil [para ele] fazer um movimento desses porque ele percebeu que, se não houver um movimento com Lula, Bolsonaro será o presidente", disse França. "Então se ele não faz esse movimento, ele contribuirá com Bolsonaro."

O "perfil analítico" de Alckmin é complementar ao de Lula, diz França.

"Lula tem um perfil internacional. Ele sabe que a presença dele pode ajudar em soluções mundiais, como as crises entre Rússia e Ucrânia, na Ásia e no Oriente Médio. Ele deve exercer papéis mundiais. Quando você faz isso, é preciso ter alguém que cuide das coisas no dia a dia, que é onde Alckmin se encaixa", disse.

Sem traição

França elogiou as habilidades políticas de Lula ao descartar a chance de Alckmin se virar contra o petista ao longo de possível mandato, como ocorreu com Michel Temer em relação à ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Essa possibilidade é levantada por petistas contrários à aliança de Lula com o ex-tucano.

"Alckmin é um homem muito correto. Acho impossível. E é covardia comparar Lula com Dilma. Lula é um homem de composição, tem uma alma sindicalista. Onde houver um presidente da República [como Lula] estará o Centrão", analisou. "Dilma tem qualidades, mas ela não tem a habilidade [de articulação política] que tem o Lula."