Jean Wyllys é condenado a pagar indenização de R$ 5 mil para Kim Kataguiri
Do UOL, em São Paulo
03/06/2022 15h17Atualizada em 03/06/2022 15h17
O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 mil por danos morais ao deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) por ter associado o parlamentar ao nazismo. As declarações de Wyllys foram feitas em rede social, após entrevista do membro do MBL (Movimento Brasil Livre) ao Flow Podcast.
Monark, um dos apresentadores do programa na época, defendeu o direito de existência de um partido nazista, sob o argumento da liberdade de expressão. E Kim disse achar errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo após a Segunda Guerra Mundial. A também deputada federal Tabata Amaral (PSB), que participava da entrevista, discordou dos dois.
O episódio foi amplamente discutido e gerou muita repercussão. Monark foi afastado do Flow e se retratou, bem como o deputado, que pediu desculpas.
Na época da entrevista, Jean Wyllys fez uma série de postagens nas redes sociais em que criticava duramente o apresentador e Kim Kataguiri e os chamava de nazistas.
Por conta da série de tweets, a defesa de Kim pediu indenização no valor de 40 salários mínimos. A Justiça, apesar de dar razão a associação indevida, entendeu que apenas um tweet dizia respeito a Kim e que "a indenização por danos morais não pode servir como enriquecimento sem causa da parte autora, aliado ao grau de culpa e à capacidade financeira da parte ré".
A decisão também estipula que Wyllys deve apagar em até dois dias os conteúdos em questão, sob pena de R$ 1.000 diários em caso de descumprimento. A decisão também determina uma postagem de retratação após o trânsito em julgado do caso. Cabe recurso da decisão.
Além de Jean, Kim processou outras 16 pessoas por associá-lo ao nazismo e essa foi sua primeira vitória no caso.
O que dizem as partes envolvidas
Ao UOL, o deputado Kim Kataguiri afirmou que "a Justiça está sendo feita. Essa deve ser a primeira de muitas reparações ao ataque baixo e sujo à minha honra promovido sistematicamente por petistas e bolsonaristas".
Também procurado, Jean Wyllys ainda não respondeu.