Molon pede 'bom senso' após PT-RJ propor retirada de apoio a Freixo
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) pediu "bom senso" ao PT após o diretório do partido no Rio de Janeiro informar, em nota, que pode retirar apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo do estado.
O motivo do rompimento, segundo o PT fluminense, é a disputa ao Senado: enquanto o PSB quer lançar Molon, o PT insiste na candidatura de André Ceciliano, presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O diretório do PT fluminense afirma que teria havido um acordo para Molon abrir mão de sua candidatura, mas o congressista nega.
Em nota, Molon enfatizou que já existe uma aliança em torno de seu nome. "Nossa pré-candidatura já tem o apoio de quatro partidos —PSB, PSOL, Rede e Cidadania— e aparece em primeiro lugar na última pesquisa para o Senado. Mais uma vez reafirmo: não fiz e não participei de qualquer acordo para ceder ao PT a vaga para o Senado", afirmou Molon em nota.
A pesquisa ao Senado à qual Molon se refere é da TV Record/RealTime Big Data, e foi publicada no último dia 27. A sondagem mostra um empate técnico entre Molon, com 17% e o senador Romário (PL-RJ) com 16%, seguidos do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos), com 12%.
Para Molon, a prioridade da aliança de esquerda deve ser impedir a vitória de um candidato bolsonarista ao Senado no Rio. "Temos o dever de derrotar o bolsonarismo no Rio de Janeiro", afirmou o parlamentar. "O momento gravíssimo que o Rio de Janeiro enfrenta exige bom senso e responsabilidade", completou.
Decisão depende da Executiva nacional
Apesar da resolução aprovada pelo PT fluminense, o partido ainda não tem uma posição definitiva sobre o assunto. Para que o abandono à candidatura de Freixo seja confirmado, ele precisará ser confirmado pela Executiva Nacional do partido.
Em nota, o diretório estadual petista afirmou que irá debater nos próximos dias "alternativas de coligação majoritária" para "um forte palanque" para apoiar a corrida de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
"Consideramos que a divisão na coligação majoritária inviabilizará um palanque forte para o Presidente Lula, inviabilizará as nossas candidaturas majoritárias, tanto Freixo, como o André. Não aceitamos mergulhar nosso partido e nossas campanhas em uma guerra fratricida", afirma a nota.
A executiva nacional petista e a coordenação da campanha de Lula deverão se reunir e tomar uma decisão sobre o assunto até a próxima sexta (5), data limite para realização das convenções, estabelecida pela Justiça Eleitoral. Até lá, a expectativa é que haja conversas mais produtivas com o PSB.
A direção nacional do PT sustenta que o acordo estabelecido pela aliança nacional é que Ceciliano seja o escolhido, e que a imposição do nome de Molon seria um desrespeito à união. O PSB fluminense, no entanto, enfatiza uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que permitiu o lançamento de dois nomes ao Senado na mesma aliança.
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