Em disputa por Senado, PT-RJ propõe rompimento de aliança de Lula e Freixo
O PT do Rio de Janeiro propôs hoje o rompimento do apoio à candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) para o governo do estado. Os dois partidos, que formam a chapa principal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto, têm uma desavença pela disputa ao Senado.
A decisão ainda precisa ser referendada pela executiva nacional do partido. Em nota, o diretório estadual disse que irá debater nos próximos dias "alternativas de coligação majoritária" para "um forte palanque" para Lula, embora não possa falar em nome da campanha, que não se pronunciou sobre o assunto, mas é próxima de Freixo.
O Rio é um dos últimos estados em que PT e PSB ainda não se resolveram. Embora o apoio a Freixo já estivesse selado, inclusive com visita e palanque junto a Lula no mês passado — o que chegou a gerar desinteligência entre as militâncias —, a vaga da chapa no Senado segue com dois nomes — o que irrita o PT estadual.
Os petistas lançaram o deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), mas o PSB referendou, em convenção estadual no fim de julho, a candidatura própria do deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) ao cargo.
"Nesse cenário, infelizmente não é mais possível manter o apoio a candidatura Freixo ao governo do estado", disse nota do PT-RJ, divulgada na noite de hoje.
O texto isenta Freixo de culpa pelo desfecho, alegando que ele "sempre defendeu a unidade da coligação apostando primeiro no convencimento do deputado Molon, confiando no acordo firmado entre os dois, e depois pressionando Molon e a Direção Nacional do PSB".
Decisão depende da executiva nacional
A nota elaborada pelo diretório estadual funciona como uma sugestão ao diretório nacional e como uma forma de fazer pressão política. No PT, todas as decisões de coligação precisam ser aprovadas pela executiva nacional, que, embora insatisfeita com a posição do partido aliado, não vê o rompimento como uma boa opção.
A executiva nacional do partido e a coordenação da campanha de Lula deverão se reunir até a próxima sexta (5), data limite para realização das convenções, estabelecida pela Justiça Eleitoral, para bater o martelo. É esperado que, até lá, haja conversas mais produtivas com o PSB.
Mesmo nacionalmente, o argumento do PT é que o acordo estabelecido pela aliança nacional é que Ceciliano seria o nome junto a Freixo e Lula e que a imposição do nome de Molon, melhor colocado nas pesquisas, seria um desrespeito à aliança.
O PSB fluminense, por sua vez, se apoia na decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que permitiu o lançamento de dois nomes ao Senado na mesma aliança.
Com a briga, o PT cancelou a convenção estadual fluminense e chegou a ameaçar a retirada do apoio a Freixo durante a convenção nacional. Esta seria a pior opção para Lula, que tem boa relação com o deputado e já vinculou seu nome a ele.
Molon não participou da convenção nacional do PSB na última sexta (29), que referendou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice e teve a presença de Lula, e tem sofrido pressão dentro do próprio partido para que largue o osso. Dentro da candidatura de Freixo, há a noção de que sua candidatura precisa mais da figura do ex-presidente do que o contrário.
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