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Michelle Bolsonaro diz em culto que Planalto já foi 'consagrado a demônios'

Do UOL em Brasília

07/08/2022 11h31Atualizada em 07/08/2022 23h16

A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou hoje, em um culto evangélico em Belo Horizonte, que o Planalto já foi "consagrado a demônios".

"Podem me chamar de louca, podem me chamar de fanática, eu vou continuar louvando nosso Deus, vou continuar orando", disse ela, ao lado presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), na Igreja Batista Lagoinha, na capital mineira, em um evento em comemoração ao Jubileu de Ouro do pastor Márcio Valadão.

"Vou continuar orando e intercedendo em todos os lugares, e sabe por que, irmãos? Porque por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios e hoje consagrado ao senhor Jesus. Ali, eu sempre falo e falo para ele [Bolsonaro], quando eu entro na sala dele e olho para ele: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação", disse ela no culto.

Evangélicos oram no Planalto

Nesta semana, circulou um vídeo em que Michelle leva evangélicos para orar no Palácio do Planalto de madrugada, acompanhados de cantores e pastores. Nas imagens, a primeira-dama anda pelos principais pontos do Palácio.

Michelle também passou a ser mais ativa na campanha pela reeleição do marido, com uma tentativa de reduzir a alta rejeição do público feminino sofrida por Jair Bolsonaro.

O culto de hoje em Belo Horizonte contou com a participação da cantora Ana Paula Valadão, filha do pastor homenageado no evento. Michelle disse ainda que nunca imaginava que poderia conhecer a cantora pessoalmente.

Jair Bolsonaro também falou no evento. "Entendo que a função que ocupo é missão de Deus, até pelas circunstâncias. Em três pequenas frases que eu mais ouço quando estou no meio do povo. Isso é uma constante, mesmo durante a pandemia estive no meio do povo. São elas: não desista, Deus te abençoe e estamos orando por você", disse.

Presidente Jair Bolsonaro (PL) e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em culto evangélico - Reprodução - Reprodução
Presidente Jair Bolsonaro (PL) e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em culto evangélico
Imagem: Reprodução

Michelle disse ainda estar em um momento de guerra. "É um momento muito difícil, não tem sido fácil. É uma guerra do bem contra o mal, mas creio que nós vamos vencer".

Bolsonaro esteve em Belo Horizonte a convite do senador Carlos Viana (PL), candidato ao governo de Minas Gerais.

À tarde, o presidente da República viajou a São Paulo, onde assistiu à vitória do Palmeiras sobre o Goiás por 3 a 0 no Allianz Parque. O político foi recebido pela presidente do clube, Leila Pereira, e acompanhou o jogo ao lado da dirigente e do empresário Luciano Hang, seu apoiador e proprietário das lojas Havan.

Rejeição do governo entre as mulheres

Apesar dos esforços da campanha de Bolsonaro, que tem investido em uma maior exposição da primeira-dama, o presidente ainda não conseguiu melhorar sua imagem entre as mulheres.

Segundo pesquisa da Quaest Consultoria contratada pela Genial Investimentos e divulgada na última quarta-feira (3), a gestão de Bolsonaro é mais rejeitada pelas mulheres do que pelos homens: 48% do eleitorado feminino avalia negativamente o governo.

A campanha de Bolsonaro busca uma maior participação de Michelle: ela a única, além do marido, a discursar na convenção do PL que oficializou a candidatura no dia 24 de julho. Enquanto isso, aliados também avançam com estratégias de publicação dizendo que Bolsonaro é o presidente que "mais lutou" pelas mulheres.

Mesmo assim, Bolsonaro segue fazendo comentários misóginos e tem um histórico marcado sobre o tema, que já o levou a ser condenado a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, por danos morais.