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#BolsoJeff: ataque à PF impulsiona menções negativas a Bolsonaro nas redes

Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o PTB, na ocasião, conversaram sobre as eleições de 2022 - Reprodução/Facebook
Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o PTB, na ocasião, conversaram sobre as eleições de 2022 Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

24/10/2022 18h54

Um dia após a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), a hashtag BolsoJeff virou a mais comentada no Twitter brasileiro, às 11h desta segunda-feira (24), segundo levantamento da Torabit, plataforma de avaliação de conteúdo em ambiente digital.

O nome do petebista já estava nos Trending Topics desde as 14h de domingo (23), pouco depois de ferir dois policiais federais em um ataque com granadas e tiros de fuzil. Na sexta-feira (21), ele já havia xingado a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal). Bolsonaro tentou escapar, mas também acabou atingido —nas redes sociais— pela ação de Jefferson.

Bolsonaro aparece em 42% das menções sobre o caso. Do total, 79% são de interações negativas, com destaque para criticas às declarações iniciais do presidente e o envio do ministro da Justiça, Anderson Torres, para o Rio de Janeiro sob a justificativa de "acompanhar" a situação.

Também se destacaram a expressão "o bolsonarismo mata" —compartilhada pelo humorista Marcelo Adnet— e as insinuações de que a ação de Jefferson seria uma cortina de fumaça para diminuir a atenção sobre o caso Paulo Guedes —o ministro da Economia havia mencionado na sexta intenção de congelar salário mínimo e aposentadorias.

Ofensas a Cármen Lúcia. Das 721.434 menções a Roberto Jefferson e a Cármen Lúcia analisadas a partir de sábado, mais de 600 mil ocorreram após as 13h de domingo, quando se tornou público o desacato por parte do ex-deputado à ordem de prisão. Do total de menções a Jefferson, 76% foram classificadas como negativas.

A ministra do Supremo, que já vinha recebendo majoritariamente apoio nas redes, continuou obtendo sentimento positivo em torno de seu nome e da decisão de Moraes. Das menções a Cármen Lúcia, 77% são em defesa da ministra.

Lula some das redes. Nos termos mais citados sobre o caso, Cármen Lúcia fica em terceiro lugar, perdendo para Bolsonaro e Roberto Jefferson. Polícia Federal, STF e Alexandre de Moraes são os demais protagonistas.

Mesmo com a tentativa de apoiadores de Bolsonaro relacionarem o ex-presidente a Jefferson, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece somente em 42º lugar na lista de termos mais comentados em torno deste assunto.

Jefferson e Lula. Somente 7% das mensagens citavam os dois nomes —entre elas, 31% das interações foram positivas. Pelo levantamento, a maioria das interações negativas (59%) referentes a Lula têm relação direta com a ação da militância bolsonarista.

O volume de menções está ligado ao posicionamento do candidato sobre o caso nas redes sociais e também no podcast DL Show, na noite de domingo.

Jefferson foi denunciado e condenado no mensalão do PT, e voltou-se ao bolsonarismo quando o governo aderiu ao centrão.

O ataque à PF. Roberto Jefferson (PTB) foi preso pela Polícia Federal na noite do último dia 23.

O ex-deputado cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, foi alvo de uma ação policial. Segundo Moraes, ao atacar Cármen Lúcia, Jefferson descumpriu medidas impostas pelo Supremo dentro de uma ação penal em que é réu por incitação ao crime e ataque a instituições.

Na manhã de domingo, agentes foram à residência do ex-deputado, em Levy Gasparian (RJ). Jefferson reagiu à abordagem e atirou. Segundo a investigação, o ex-deputado disparou mais de 20 tiros de fuzil e também lançou granadas na direção dos agentes. Dois policiais ficaram feridos, atingidos pelos estilhaços. Ambos passam bem.