Tiros, Kelmon e rendição: a linha do tempo da prisão de Jefferson no RJ
Cerca de oito horas se passaram entre a chegada ontem da primeira equipe de policiais federais deslocada para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) na casa dele e sua saída, já detido, em uma viatura da Polícia Federal.
O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio após resistir a tiros ao cumprimento de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Veja a seguir a cronologia do caso:
11h - Equipe de policiais federais chega à casa de Roberto Jefferson, em Comendador Levy Gasparian (RJ). Ao perceber a aproximação por câmeras de segurança (veja abaixo), Jefferson atira diversas vezes contra a viatura e lança granadas. Dois agentes são levemente feridos por estilhaços e recuam.
12h - Uma primeira equipe do batalhão local da PM se posiciona em frente à casa de Jefferson.
12h30 - A ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, divulga mensagem no Twitter afirmando que a polícia estava na casa do pai e que ele não ia se entregar. Em seguida, ela convoca apoiadores para irem à residência.
13h - Começam a circular em grupos bolsonaristas vídeos do próprio Jefferson falando sobre a chegada dos policiais e afirmando que iria resistir. Em um deles, o ex-deputado admite que atirou na viatura.
13h15 - Chegam reforços de outras equipes da PM e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) que fazem o cerco em todos os acessos à casa do ex-parlamentar.
13h30 - Dezenas de apoiadores de Jefferson se posicionam em uma praça próxima à casa do ex-deputado. Carros que vieram em comboio da cidade vizinha Três Rios, com adesivos de campanha de Bolsonaro, estacionam na rua que dá acesso à residência.
13h40 - Bolsonaro se manifesta pela primeira vez sobre o caso no Twitter repudiando a "ação armada contra os agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP". Ele diz que determinou a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao RJ.
13h50 - Cristiane Brasil tem sua conta no Twitter suspensa. Pouco depois, ela concede entrevista à Jovem Pan.
14h - Bolsonaro tenta se descolar de Jefferson ao mentir durante "superlive". "Não tem uma foto dele comigo", disse o presidente. Reportagem do UOL relevou uma série de fotos de Bolsonaro com Jefferson.
14h30 - Um grupo de apoiadores de Jefferson xinga profissionais da afiliada da TV Globo que faziam a cobertura no local. O assessor parlamentar da Câmara de Três Rios Diogo Lincoln Resende agride o cinegrafista Rogério de Paula, que cai no chão e é socorrido. Resende —que não foi detido— foi exonerado hoje da Câmara.
15h10 - O ministro Anderson Torres se manifesta no Twitter: "Momento de tensão, que deve ser conduzido com muito cuidado. Ministério da Justiça está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível".
15h20 - Padre Kelmon, candidato do PTB derrotado à Presidência da República, chega à casa de Jefferson para auxiliar nas negociações da sua rendição. Vídeo mostra um policial federal negociando a rendição com Jefferson —Kelmon aparece nas imagens (veja abaixo).
17h30 - A pastora e ex-deputada Liliam Sá relata à imprensa que Padre Kelmon convenceu Jefferson a entregar suas armas aos policiais.
18h - O ministro Alexandre de Moraes publica nova decisão reiterando a determinação de prisão do ex-deputado, com base na informação do ataque aos policiais que foram cumprir a ordem inicial.
18h50 - Um reboque leva o carro da PF que foi atingido pelos tiros disparados por Jefferson.
19h - O ex-deputado deixa sua residência em uma viatura preta, escoltada por outras duas, sendo uma caracterizada da Polícia Federal.
19h12 - Bolsonaro publica um vídeo em suas redes sociais em que chama Jefferson de "criminoso" e diz que o ex-deputado teve "tratamento" de "bandido" após atirar em agentes da PF.
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