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Com bolsonaristas escanteados, Eduardo dá sugestões a Tarcísio em SP

Tarcísio chega para o trabalho no primeiro dia do gabinete de transição - Divulgação
Tarcísio chega para o trabalho no primeiro dia do gabinete de transição Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

21/11/2022 21h19Atualizada em 21/11/2022 21h34

A promessa de campanha do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é de um secretariado técnico. Nomes de bolsonaristas radicais, como os deputados federais eleitos Ricardo Salles (PL-SP) e Mario Frias (PL-SP), foram descartados. Mas hoje, primeiro dia de trabalho do grupo de transição, um integrante genuíno do bolsonarismo raiz se reuniu com Tarcísio: o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

O encontro começou por volta das 17h20 e durou cerca de uma hora e meia. Na pauta, sugestões do filho número três do presidente para compor o governado eleito de São Paulo.

O que houve na reunião com Eduardo? Pelo menos no discurso do entorno de Tarcísio, a reunião com o filho do presidente neste contexto de priorizar nomes técnicos não é vista como inapropriada ou forma de pressão. Seria um movimento legítimo e feito por outros aliados, desde companheiros de primeira hora na coligação a partidos que manifestaram apoio somente no segundo turno.

A leitura é que, neste começo de transição, é normal a apresentação de nomes para preencher espaço no futuro governo.

O encontro do filho de Bolsonaro com Tarcísio é considerado normal. Mas cabe ressaltar que foi a primeira vez que ambos se reuniram desde o fim da eleição. Ao final da reunião, Eduardo Bolsonaro saiu sem falar com a imprensa.

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Bolsonaristas radicais, como Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, estariam sem espaço no governo de São Paulo
Imagem: 29.ago.2022 - Dida Sampaio/Estadão

Tarcísio com o presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro não foi o único integrante da família com quem o governador eleito de São Paulo conversou recentemente.

Tarcísio viajou a Brasília no final de semana e aproveitou a passagem pela cidade para visitar o presidente no Palácio da Alvorada. Além deste encontro presencial, ambos se falam com frequência pelo telefone.

Fazer a limpa. Colunista do UOL Notícias, Alberto Bombig publicou que o presidente e Eduardo Bolsonaro estão pressionando Tarcísio pela demissão dos nomes ligados a Alexandre Moraes na máquina pública do estado. Ele é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e alvo de críticas dos bolsonaristas pelas decisões durante a campanha eleitoral.

Moraes tem nomes indicados porque comandou a Segurança Pública de São Paulo entre 2014 e 2016, quando o governador era Geraldo Alckmin, então no PSDB e hoje vice-presidente eleito e filiado ao PSB.

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Renato Feder foi confirmado como secretário da Educação de São Paulo
Imagem: Divulgação

Lista de transição. O encontro com Eduardo Bolsonaro foi um das vários que ocorreram hoje no prédio destinado ao gabinete de transição. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também se reuniu com o governador eleito. Desta forma, a lista com os integrantes da equipe de transição não foi divulgada nesta segunda-feira, como estava previsto.

A justificativa é que as decisões precisavam de uma avaliação final do governador eleito e isto só seria possível tarde da noite. Desta forma, foi preferido divulgar a relação na terça-feira pela manhã. Os escolhidos estarão distribuídos em nove eixos temáticos que tratarão de analisar os dados atuais da administração paulista.

A partir de amanhã também existe a possibilidade da divulgação de secretários de Estado. A previsão é de Tarcísio manter as 28 pastas que existem atualmente —a diferença seria a criação da Secretaria da Mulher com a possibilidade de que outras duas, ainda não definidas, sejam reunidas em uma só.

Hoje, o governador eleito confirmou que Renato Feder vai ocupara a Educação. Nome cotado para a Saúde, o ex-deputado federal Eleuses Paiva (PSD) esteve no prédio onde fica o gabinete de transição.