Tarcísio começa transição em São Paulo com indicados de Guedes
A transição do governo em São Paulo começa hoje com a certeza de que três indicações do ministro da Economia, Paulo Guedes, estarão na equipe montada pelo governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
- Guilherme Afif Domingos (PSD) foi confirmado como coordenador da transição e participou da reunião de quinta-feira (17) com o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB);
- Cotado para assumir uma secretaria, Samuel Kinoshita terá função definida;
- Mesma situação de Jorge Lima, nome com muita interlocução no setor privado.
O trio trabalhou como assessor de Guedes no Ministério da Economia e foi indicado para auxiliar a formulação das propostas na economia do então pré-candidato Tarcísio de Freitas. Eles estão com o governador eleito desde o começo da campanha e a avaliação é de que tiveram bom desempenho.
Companheiro de longa data. Interlocutores de Tarcísio dizem que Paulo Guedes sempre apoiou sua tentativa de se eleger governador de São Paulo e ajudou nesta tarefa sugerindo pessoas de sua confiança. A indicação que ganharia mais relevância na campanha foi a de Afif.
Dono de um longo currículo, ele é amigo do ministro da Economia há mais de 30 anos e foi assessor de Guedes até maio. Deixou o cargo para coordenar o plano de governo de Tarcísio. Vencida a disputa, tornou-se chefe da transição. Afif ganhou confiança ao ponto de o governador eleito declarar que "seguramente" fará parte de seu secretariado —é cotado para a Secretaria de Fazenda e Planejamento ou Casa Civil, uma das mais importantes pastas do governo paulista.
Empresário e político com mais de 40 anos na vida pública, Afif já foi vice-governador de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin (PSB) e ministro da então recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff (PT). É um antigo aliado do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD.
Os outros indicados de Guedes. Afif é considerado nome certo no primeiro escalão do governo de São Paulo, mas o secretariado pode ter outro indicado de Guedes: Samuel Kinoshita. Economista pelo Insper e mestre em estatística pela Columbia University, ele é cotado para um cargo na área. Durante a campanha, foi coordenador de política econômica de Tarcísio na campanha.
Jorge Lima é o terceiro nome que foi assessor de Guedes e está na equipe de transição de Tarcísio. Ele foi secretário da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia e deixou a pasta em fevereiro para trabalhar com o governador eleito.
Entre seus predicados, está a boa relação com o setor produtivo. A interlocução existe pelo cargo que ocupou no Ministério da Economia e pelo currículo. Formado em Engenharia Mecânica pela PUC de Minas Gerais, foi CEO de dez empresas, incluindo a BRF —dona das marcas Sadia e Perdigão.
A relação Guedes e Tarcísio. Na entrevista coletiva que concedeu na quinta-feira depois da reunião de transição, Tarcísio falou de responsabilidade fiscal e saúde financeira, temas muito caros a Paulo Guedes. Ministros que fizeram parte do governo Jair Bolsonaro (PL) desde o primeiro dia, ambos sempre tiveram uma relação institucional.
O ministro da Economia não tem bom relacionamento com a ala político do Planalto, mas mantinha uma relação amistosa com Tarcísio por enxergar nele um técnico. O fato de o governador eleito de São Paulo ter passado pelo PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) ajudou a receber uma simpatia inicial de Guedes e no estabelecimento de uma convivência institucional.
Comentários desnecessários. Em sua passagem pelo Ministério da Infraestrutura, Tarcísio nunca foi de tecer comentários a respeito de outros ministros. Mas houve ocasiões em que fez ressalvas ao comportamento de Guedes.
Certa vez, durante uma reunião com a equipe, declarou que o time dele não precisava explicar a imprensa declarações controversas a respeito de empregadas irem a Disney. Era uma menção a uma frase desastrada de Guedes sobre a época do real valorizado. "Todo mundo indo para Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada."
Na avaliação de Tarcísio, afirmações desta natureza eram desnecessários e só atrapalhavam o governo federal. Também houve ocasiões em que projetos do Ministério da Infraestrutura tinham parecer desfavorável do Ministério da Economia.
Houve vezes em que a avaliação era acatada por Tarcísio e outras que foram levadas para arbitragem do presidente Bolsonaro. Mas nunca houve vazamento de disputas para a imprensa ou notas plantadas em colunas políticas desabonando Guedes. Mesmo na divergência, o relacionamento institucional prevalecia.
Próximos passos. Os trabalho da equipe de transição de Tarcísio começam nesta segunda em um prédio no centro histórico de São Paulo. O governador eleito vai criar eixos temáticos para cuidar de cada área. Deverão ser 28, o que corresponde ao número de Secretárias de Estado.
Os três indicados de Guedes estarão entre os indicados para este processo e os demais escolhidos serão anunciados ao longo da semana. A divulgação dos secretários deverá ocorrer num segundo momento, mas na sexta-feira a Folha de S.Paulo adiantou que Renato Feder deve ocupar a Educação. O UOL Notícias apurou que a tendência é a Saúde ficar com o ex-deputado federal Eleuses Paiva (PSD).
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