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Ex-candidato, Padre Kelmon é desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil

Padre Kelmon (PTB) durante debate presidencial realizado pela Globo - Reprodução/TV Globo
Padre Kelmon (PTB) durante debate presidencial realizado pela Globo Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

18/12/2022 22h56Atualizada em 18/12/2022 23h12

O ex-presidenciável Padre Kelmon (PTB) foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil. A informação foi divulgada em nota da própria instituição em publicação no Facebook na última sexta-feira (16) e assinada na quinta-feira (15).

Em outubro, o Projeto Comprova apurou o histórico eclesiástico e político do então candidato e confirmou sua ligação com a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, que tem representações em diferentes países, inclusive no Brasil.

Decidimos canceladar (sic) a Provisão 0025/21 conferida ao Pe.Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar (sic) do clero o Pe.Kelmon Luis da Silva e também o Pe.Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana.
Nota publicada pela Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil

"Tudo que ligares na terra será ligado no céu, mas aquilo que desligarem na terra será desligado no céu. (Mateus 16:19)", finaliza a nota.

O que acontece após o desligamento?

  • Padre Kelmon não poderá ministrar os sacramentos; e
  • Não poderá falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru.
Confira a publicação da Igreja abaixo:

Quem assinou a nota? O documento foi assinado por Mor Francisco Ángel Ernesto Móran Vidal, arcebispo metropolitano no Peru e autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, e o Mons. Miguel, de nome civil Phellype Thiago Martins, vigário episcopal no Brasil.

Em outubro, Francisco Ángel havia confirmado ao Projeto Comprova que o Padre Kelmon fazia parte da igreja.

O UOL tenta contato com o Padre Kelmon. A nota será atualizada em caso de retorno.

Parceria com Bolsonaro e memes. Natural de Acajutiba, na Bahia, Kelmon Luis da Silva Souza, conhecido como Padre Kelmon, de 45 anos, fez dobradinhas nos debates apoiando o presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Padre Kelmon terminou a disputa em 7º lugar, com 0,07% (81.129 votos).

Ele chegou a ser chamado de "padre de festa junina" pela também candidata Soraya Thronicke (União Brasil) no debate da TV Globo e a fala virou um dos memes mais destacados nas redes sociais durante as eleições.

A piada não ficou limitada apenas a eleição e um homem comentou a publicação da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil questionando se o Padre Kelmon "poderia continuar se apresentando em festas juninas". A página da igreja respondeu que "não poderia responder essa pergunta. O senhor pode perguntar a equipe dele".