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Rui assume Casa Civil, acusa uso de obras incompletas e promete entrega

Do UOL, em Brasília

02/01/2023 11h16Atualizada em 02/01/2023 13h25

O ex-governador baiano assumiu um dos principais cargos de confiança da Presidência com discurso em prol da união do país, sintonizado com o de Lula, e promessa de conclusão de obras atrasadas desde o governo Dilma Rousseff (PT).

Em encontro com chefes de Estado durante todo o dia, o presidente Lula não participou da cerimônia. Ciro Nogueira (PP), ministro chefe da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também não apareceu.

De início, Rui prometeu agendar, já na semana que vem, uma reunião com cada um dos outros 36 ministro para entender a situação de cada pasta.

Vamos definir as prioridades. Quem tem muita pressa e ansiedade para ter casa para morar: o programa Minha Casa, Minha Vida, que o Lula já anunciou que vai retomar. Temos centenas de casas prontas, com 95%, 98% [de conclusão]. Casas prontas desde o governo Dilma e não foram habitadas ainda. Isso é inadmissível e elas serão todas habitadas ainda no primeiro semestre deste ano. Todas"
Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil

Ele explicou que algumas faltam acesso: os prédios estão prontos, mas não há uma entrada ou um caminho por via pública. Já outros estão com estrutura completa, mas não podem servir como moradia, por faltarem portas ou janelas.

Segundo ele, a equipe de transição identificou que obras foram "deletadas dos arquivos" como completas, quando, na verdade, ainda estão em construção.

Eles trabalharam com o conceito seguinte, no convênio de uma escola com o município: 'o governo federal faz a sua parte, depositou na conta 100% do convênio'. Se a obra foi ou não concluída, depois que venceram os prazos, eles simplesmente transferiram para a tomada de contas e diz que isso não era obra mais para ser acompanhada e pronto. Não é que deu como concluída, diz que já deu o recurso"
Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil

"Como se o governo federal dissesse: aquela creche que está com 70% de execução, como a responsabilidade é do prefeito, não é mais minha, apaga do sistema e passa a ser responsabilidade do prefeito", explicou.

O problema, ele avalia, é que, com a obra parada, os valores transferidos não permitem mais a conclusão porque, com a inflação, os valores transferidos pelo governo federal já não correspondem aos atuais.

"Na época, se uma escola custava R$ 4 milhões, hoje custa R$ 8 milhões. A creche está com telhado, está com porta. Não adianta você dizer para ele [o prefeito] que tem R$ 2 milhões lá. Ele não vai ter R$ 3 milhões para botar a mais", argumentou.

Nem mesmo sabemos quantos obras no Brasil estão paralisadas. Cada um tem um número, nem o próprio ministério de cada pasta consegue precisar quantas obras temos paralisadas hoje. Isso é demonstrações do caos que estamos recebendo.
Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil

"Nós buscaremos um diálogo intenso com o setor produtivo e com a sociedade. A orientação do presidente Lula é discutir todos os fatores econômicos e sociais. A retomada de um país que vai crescer dialogando", completou Rui, que insistiu em falar em união do agronegócio com agricultura familiar.

Junto a Rui, sua esposa, e o seu grupo político na Bahia: os senadores e ex-governadores Jaques Wagner (PT-BA) e Otto Alencar (PSD-BA) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Entre os convidados, grande parte dos 37 ministros empossados ontem.

Rui também oficializou a nomeação da ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior como secretária-executiva da pasta, a número 2 do ministério.