Dilma tietada, cachorro na rampa e spoiler da faixa: os bastidores da posse
Disputas por selfies, invasão do salão nobre e quebra de protocolo ao subir a rampa marcaram os bastidores da posse do presidente Lula (PT) hoje, no Palácio do Planalto.
Entre governadores, futuros ministros de governo, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e convidados (alguns improváveis), o clima era de euforia e emoção, mas sobrou ainda espaço para algumas gafes.
Como celebridade, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi a mais tietada durante o evento. Ela foi aplaudida de pé ao chegar ao Planalto e mais de uma vez ovacionada quando Lula chamou seu impeachment de "golpe" no discurso no Congresso.
Foi a primeira a se sentar, na primeira fileira, para a cerimônia. Mas não teve mais paz: era disputada por governadores, futuros ministros, garçons, fotógrafos, entre outros, para selfie.
Tanto que causou uma invasão. Uma jornalista de uma televisão estrangeira invadiu o espaço dedicado a autoridades e começou a tirar fotos dos presentes.
Quando viu Dilma, correu para tirar uma selfie. Aparentemente, não gostou do resultado, porque voltou a procurar a ex-presidente e tirou mais uma foto. Depois de alguns minutos, ela foi notada e retirada por seguranças.
Outra pessoa a ser ovacionada por todos os presentes foi o ex-presidente uruguaio José Mujica.
Falando em famoso... Também havia algumas celebridades e influencers no salão nobre do Planalto.
A cantora Fafá de Belém sentou-se na área nobre, reservada a governadores. Ela participou ativamente da campanha, e "Vermelho" se tornou um dos hinos da eleição petista.
Mais atrás, o economista e ex-BBB Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, também era procurado para selfies. Próximo a Janja, ele esteve no casamento dos dois em maio, em São Paulo.
Quebra de protocolo. A terceira posse de Lula teve ainda um elemento especial: ao subir a rampa do Planalto, o petista foi acompanhado de cinco outras pessoas e um cachorro, além do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e das respectivas esposas.
Foi a primeira vez que um animal subiu a rampa em uma posse presidencial —no caso, a cachorrinha Resistência, adotada durante a prisão de Lula em Curitiba.
A subida e a passagem com diversas pessoas de diferentes grupos sociais teve como objetivo representar a diversidade do povo brasileiro.
Spoiler alert! A surpresa da passagem da faixa foi parcialmente adiantada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) pouco antes da cerimônia de posse, no Congresso.
"O que eu tô acompanhando é uma criança indígena, negra, uma criança dos povos originários", disse o petista, após ser questionado por jornalistas.
Essa era uma surpresa guardada a sete chaves pela primeira-dama Janja da Silva, que organizou a posse.
"Mas o importante é que o povo brasileiro, as pessoas mais simples deste país, os negros, as mulheres, os povos tradicionais é que consolidaram a eleição do presidente Lula. Quem estará encarregado de representar neste ato simbólico de levar a faixa ao presidente Lula estará encarregado de todo esse simbolismo", continuou.
Estranho no ninho. Pelo menos onze governadores vieram para a posse no Planalto. De maioria do PT ou de partidos aliados, chamou a atenção a presença —já anunciada— de Cláudio Castro (PL), reeleito para o governo do Rio e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O último a chegar foi o baiano Jerônimo Rodrigues (PT), pouco antes do discurso no parlatório, que veio direto de Salvador após a própria posse.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), grande aliado de Lula, foi o único representante do Senado, além do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a sentar na área de governadores e ministros.
O piadista. O brigadeiro Damasceno, comandante da Aeronáutica, e o general Arruda, do Exército, estavam designados inicialmente para acompanhar da terceira fila do salão, atrás de Dilma, do ex-presidente José Sarney (MDB) e dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mas, com a ausência de alguns ministros da Corte, "pularam" para a segunda fila. Alexandre de Moraes, à frente, brincou ao ver o movimento: "Agora me sinto mais protegido".
Dos onze ministros do STF, apenas cinco compareceram à posse.
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