Para o colunista do UOL Leonardo Sakamoto, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acertou em abrir uma investigação contra o senador Marcos Do Val (Podemos) em razão das diferentes versões sobre a reunião com teor golpista entre ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB).
Durante a edição das 18h do UOL News, Sakamoto defendeu, no entanto, que após a apuração de um suposto falso testemunho do parlamentar, essa investigação se estenda à participação de Bolsonaro no episódio.
Muda as histórias, mas isso se mantém em todas. Tinha o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Daniel Silveira e Marcos Durval conspirando. E qual que era a conspiração? Fazer uma sacanagem com o ministro Alexandre de Moraes, com objetivos golpistas. A variação é se Bolsonaro coagiu, se Bolsonaro pediu."
Ainda durante a análise, Sakamoto destacou que o ex-mandatário brasileiro não apareceu para rebater as denúncias de Do Val. Além disso, o jornalista lembra que o próprio filho do ex-presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL), não negou que ocorreu a reunião.
"Portanto, independentemente do que aconteça, tudo que está sendo dito é que Bolsonaro participou de uma conspiração e isso é suficiente, no meu ponto de vista, para depois de fazer as análises com relação ao Marcos Do Val, abrir uma investigação de Bolsonaro por conspiração por ataque ao estado democrático de direito."
Torres deveria ser o maior interessado em mostrar celular se quisesse provar inocência, diz Sakamoto
Ainda durante sua participação no UOL News das 18h de hoje, Sakamoto ironizou a declaração de Rodrigo Roca, advogado do ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
Em entrevista à CNN Brasil, Roca afirmou que o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) não trouxe o celular para o Brasil após o pedido de prisão pela "correria" para voltar ao país e prestar esclarecimentos.
Torres era pra ser o maior interessado em entregar o celular, de entregar cópia de mensagem, de entregar o tamanho da cueca. Pra quê? Para ele ser inocentado! E não, ele sumiu com o celular."
Em outro momento, Sakamoto afirma que para descobrir boa parte do conteúdo do aparelho basta a polícia querer.
Boa parte do conteúdo que a gente usa acaba ficando na nuvem, acaba ficando em lugares em que as operadoras podem guardar. Se houver um pedido para restabelecer aquele conteúdo, parte disso pode ser retomado."
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