PF faz ação contra plano do PCC para matar Moro e agentes públicos
Do UOL, em São Paulo e em Brasília
22/03/2023 07h41Atualizada em 22/03/2023 21h38
O ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil) era um dos alvos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades.
O que aconteceu:
- Ao menos nove pessoas já foram presas, todas no estado de São Paulo.
- Além do senador, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, também era um dos alvos do grupo; o MP-SP também auxiliou na operação de hoje.
- "Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos", escreveu o ministro da Justiça, Flávio Dino, nas redes sociais.
- Extorsão mediante sequestro também era uma das ações planejadas pelo grupo criminoso, segundo a PF.
- Os principais investigados se encontram nos estados de São Paulo e Paraná, diz a PF. Um esconderijo do PCC foi encontrado pela corporação em São José dos Pinhais (PR).
- Alvos da operação Sequaz estão também em Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.
Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado."
Sergio Moro, senador
Desde 2018 convivo com esse tipo de plano para me matar."
Lincoln Gakyia, promotor do MP-SP, ao BandNews TV
Quando ainda era ministro, Moro foi o responsável por coordenar, em 2019, a transferência de Marcola, líder do PCC, e mais 21 suspeitos de integrar o grupo para presídios federais.
Retaliações, no crime ou na política, não podem persistir. Hoje somos nós, amanhã podem ser vocês ou seus filhos."
Rosangela Moro (União Brasil-SP), deputada federal e esposa de Moro
A PF cumpriu:
- Sete mandados de prisão preventiva.
- Quatro mandados de prisão temporária.
- 24 mandados de busca e apreensão.
Quem são os 9 presos
- Valter Lima Nascimento, conhecido como Guinho
- Reginaldo Oliveira de Sousa, Re
- Franklin da Silva Correa, o Frank
- Alina de Lilma Paixão
- Aline Arndt Ferri
- Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui, a Luana
- Herik da Silva Soares, o Sonata
- Claudinei Gomes Carias, o Nei
- Janeferson Aaparecido Marianno Gomes, o Nefo
Sequaz
"O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações as possíveis vítimas", diz a PF.
Ousadia de criminosos
É deletéria a evidência de que o crime está ficando ousado no Brasil. A informação de que um grupo se articulou para cometer crimes simultâneos envolvendo autoridades é impressionante. Mas é alvissareiro ver que a polícia conseguiu desarmar. Mostra que há inteligência e ela está funcionando."
Josias de Souza, colunista do UOL