Caso Marielle: O que se sabe sobre a morte da vereadora e do motorista?
Do UOL, em Brasília e no Rio
24/07/2023 11h29Atualizada em 24/07/2023 11h29
Suspeitos de serem autores dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz já estavam presos e ainda vão ser julgados. Hoje, a Polícia Federal divulgou novas informações sobre o assassinato da vereadora e de seu motorista.
O que se sabe
Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no tiroteio contra Marielle, firmou um acordo de delação premiada com a PF e confessou ter participado da morte da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Ele apontou que Ronnie Lessa foi o autor dos tiros que mataram a vereadora.
As investigações ainda reforçaram a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso novamente hoje. Ele chegou a ser detido em 2020, acusado de ter se desfeito do carro usado na execução, mas respondia a esse inquérito em liberdade.
Segundo a PF, ele participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato.
Ainda não se sabe quem mandou matar Marielle Franco. Não há informações divulgadas até o momento que apontem se Queiroz e Lessa agiram sozinhos ou a mando de alguém.
Por que Marielle foi assassinada?
Sem informações sobre os possíveis mandantes, as autoridades ainda não conseguiram chegar à motivação do crime.
Ganhou força a tese de que o crime pode ter sido uma ação de milicianos ou bicheiros. Isso ocorreu pela proximidade de Lessa com alguns integrantes desses grupos, mas a suspeita ainda não se concretizou.
Assessores e familiares não descartam a versão, mas em depoimentos afirmaram que Marielle não tinha nenhuma ação direta, como vereadora, contra negócios e ações da milícia.
Polícia Federal entra na investigação
O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso Marielle logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).
Agora, a PF apresenta os primeiros resultados das investigações com a operação Élpis. Foram expedidos um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Troca de investigadores
Nos últimos cinco anos, o caso Marielle já foi comandado por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores.
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirma que não há impacto nas investigações, mas, desde que começaram as mudanças, não havia avanço significativo no inquérito.
Quando toda a força-tarefa do MP-RJ para o caso pediu exoneração em janeiro de 2023, a família da vereadora apontou que via prejuízo para as investigações, já que a nova equipe precisaria de "tempo para estar a par da totalidade dos autos".