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Élcio, Ronnie, Suel: quem são os envolvidos na morte de Marielle e Anderson

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/07/2023 12h19Atualizada em 24/07/2023 15h25

O ex-policial militar Élcio de Queiroz firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal em que confessou ter participação do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. No depoimento, Élcio descreve o crime e cita outros acusados de envolvimento.

Élcio de Queiroz

Élcio de Queiroz, ex-PM, negociou uma delação premiada com as equipes da Polícia Federal, da Polícia Penal Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na investigação, ele afirmou que participou da morte da ex-vereadora e apontou o sargento reformado Ronnie Lessa como autor dos tiros. Ambos estão presos desde 2019.

A delação de Élcio foi feita há cerca de 15 dias, segundo Dino. Com isso, o ministro diz que foi concluída uma fase da investigação. "Há convergência entre a narrativa do Élcio em relação a outros aspectos que já se encontravam em posse da polícia."

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Ronnie Lessa

Apontado como autor dos disparos contra a vereadora, Ronnie Lessa também foi condenado por tráfico internacional de acessórios de armas de fogo.

Lessa pesquisou o CPF de Marielle Franco e da filha da ex-vereadora, Luyara, dois dias antes do crime, segundo a delação de Élcio. Depois, ele pesquisa na internet o endereço que estava no cadastro, que já havia sido dela.

A ficha criminal do ex-PM inclui investigações por suspeitas de ligação com o jogo do bicho e ele sofreu um atentado a bomba ao sair do batalhão. O crime, que levou o policial a perder uma das pernas, teria sido um acerto de contas entre bicheiros. Segundo a Polícia Civil, a investigação sobre o atentado está arquivada desde 2013.

Maxwell Simões Corrêa, o Suel

Maxwell Simões Corrêa, ex-bombeiro, preso em operação que ocorreu hoje. Conhecido como Suel, ele havia sido preso em 2020 acusado de ter se desfeito do carro usado no crime, mas respondia em liberdade. Élcio aponta Maxwell como participante do crime junto com outras pessoas no Rio.

O ex-bombeiro participou de ações de vigilância e acompanhamento da vereadora e do apoio logístico de integração com os demais atores dessa cadeia criminosa, segundo as investigações. A participação de Suel remonta aos meses de agosto e setembro de 2017.

Após o crime, ele teria ocultado os instrumentos utilizados na morte de Marielle e Anderson, de acordo com o delegado Guilhermo Catambry. O ex-bombeiro ajudou os executores a trocar as placas dos veículos e auxiliou a pessoa responsável por se desfazer do carro.

Maxwell ajudava Ronnie na "manutenção" da família de Élcio e de sua defesa. Segundo os investigadores, isso confere "contemporaneidade" à atuação dele no crime.

Há uma mudança de patamar na investigação. A investigação se conclui em relação a execução. Há elementos para um novo patamar, qual seja a identificação dos mandantes do crime.
Flávio Dino, ministro da Justiça


Próximas fases da investigação

Dino afirmou que há participação de outras pessoas na morte da ex-vereadora e do motorista. "Os fatos e as novas provas colhidas indicam isso, indicam uma forte vinculação desses homicídios, especialmente da Marielle com a atuação das milícias e do crime organizado no Rio."

O ministro disse ainda que a próxima fase da investigação terá como alvo os mandantes do crime. "Esse trabalho conjunto conseguiu produzir novas provas sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Há um encerramento de um patamar relativo à execução do crime."

Dino afirmou que "a novidade são as provas colhidas e reanalisadas pela PF" que, segundo ele, "confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie. "Nas próximas semanas, resultará na produção de novas provas de corroboração e confirmação do conteúdo da delação e da indicação ou do próximo passo da investigação. Não há condições de apontar novos passos."

O ministro disse que Élcio continuará preso em regime fechado. "Temos a convicção e a esperança de que [ainvestigação] conduzirá aos mandantes. Isso é uma resposta que o Estado brasileiro dá às famílias. Uma proteção à atividade política especialmente às mulheres."

Ronnie, Élcio e Mawell participam de um conjunto. Esse conjunto está relacionado a essas organizações criminosas e milicianas que atuam no Rio de Janeiro.
Flávio Dino

Prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa Imagem: Reprodução/TV Globo

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