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Líder do governo defende Aras na PGR: 'Coragem de combater a Lava Jato'

O líder do governo no Senado Federal, senador Jaques Wagner (PT-BA) Imagem: 20.jun.2023 - Geraldo Magela/Agência Senado

Do UOL, em Brasília

31/07/2023 14h41

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu hoje a atuação do procurador-geral da República, Augusto Aras, durante a Operação Lava Jato e se mostrou favorável à sua recondução, embora negue que faça campanha.

O que aconteceu

O nome de Aras tem ganhado força dentro do governo e do PT, apesar de apresentar resistência por alas próximas ao presidente pela proximidade dele com Jair Bolsonaro (PL). Ele foi indicado ao cargo em 2019 e foi acusado pelo PT de "conivência" com o ex-presidente durante a pandemia.

Jaques tem sido um dos nomes do PT a defender a recondução do ministro, embora negue fazer "campanha". Segundo ele, é preciso "reconhecer" o trabalho de Aras ao "desmontar" a Lava Jato no Ministério Público.

A indicação deverá ser feita em setembro. Segundo aliados, a escolha de Lula ainda está em aberto e o próprio presidente já afirmou que não vai, necessariamente, seguir a lista tríplice.

O candidato mais cotado para a vaga é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco. Ele ganhou os holofotes depois que defendeu a condenação de Bolsonaro em junho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Eu falei uma realidade, que todo mundo sabe: o atual PGR desmontou o sistema que estava montado no Ministério Público a favor da Lava Jato, isso ele teve coragem de fazer. O resto, que ele protegeu, que defendeu ou que não teve atuação na saúde, esse julgamento quem vai fazer é ele, o presidente.
Jaques Wagner, líder do governo no Senado

O senador, que atuou no PT da Bahia junto ao pai do PRG, ex-deputado Roque Aras, não quis dar o apoio público, mas tem reforçado os elogios ao conterrâneo. Jaques é um dos principais conselheiros de Lula.

"Critério pessoal"

Disputa segue em aberto. Lula já repetiu em mais de uma ocasião que a escolha será feita por "critério pessoal".

O PGR foi escolhido por Bolsonaro por "afinidade", na primeira vez em que um presidente da República não seguiu a lista tríplice da ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República) desde 2001. Lula foi o primeiro a acatá-la, em 2003.

Aliados apontam os efeitos da Lava Jato e a prisão do presidente, revogada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), como alguns dos motivos para Lula passar a questionar os nomes da ANPR —e a insatisfação de Aras com a Lava Jato é vista como um ponto a favor da recondução.

Sem consenso

Embora tenha adeptos, a ala pró-Aras está longe de ser unânime dentro do governo e do PT. Aras ainda é severamente criticado por parte dos aliados, que lembram sua atuação durante a pandemia — ele é frequentemente citado como "cúmplice do genocídio", ao qual atribuem a Bolsonaro.

No ano passado, durante a eleição, Lula criticou Aras por "não processar o que deveria".

Agora, no Brasil, o que a gente vê? Você teve um tempo que tinha um procurador chamado engavetador e agora você tem um procurador que não processa as coisas que tem que processar -- o resultado da CPI [da Covid] está paralisado -- e ao mesmo tempo você tem um presidente que qualquer denúncia contra ele, ele decreta sigilo de 100 anos.
Lula, em agosto de 2022

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