Carolina Brígido

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Aliados estimulam Lula a manter Augusto Aras na PGR

Com mandato prestes a terminar, Augusto Aras tem ganhado força dentro do PT para se manter à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República). Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentam convencê-lo a manter o atual procurador-geral no cargo, em vez de trocar o comando do Ministério Público em setembro.

Os simpatizantes petistas de Aras se concentram entre parlamentares do Congresso Nacional.

Assessores de Lula dizem, em caráter reservado, que o presidente não bateu o martelo sobre quem será o próximo procurador-geral, porque considera que ainda é cedo. Lula não teria descartado o nome de Aras.

Hoje, o candidato mais cotado para a vaga é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco. Ele ganhou os holofotes depois que defendeu, de forma técnica e enfática, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em junho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Gonet Branco tem boa relação com ministros do TSE e teria a aprovação do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, para chefiar a PGR. Moraes é visto por Lula como um dos seus principais aliados no Judiciário desde a eleição de 2022.

Outros cotados

Segundo interlocutor de Lula ouvido pela coluna, hoje Gonet tem 50% de chance de ser nomeado para o cargo. Os outros 50% se dividem entre o subprocurador Antonio Carlos Bigonha; Augusto Aras, ou um candidato que o atual procurador-geral eventualmente apoiar.

Bigonha ganhou notoriedade em 2019, quando pediu desculpas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por críticas feitas a eles por procuradores da Lava Jato de Curitiba, então comandados por Deltan Dallagnol.

Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), elogiou Aras por sua postura anti-lavajatista. "Na minha opinião, é inegável essa contribuição que ele deu. Reconheço que ele prestou um serviço importante para o Brasil e para o Poder Judiciário", disse o senador à GloboNews.

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Na véspera, o próprio Aras postara no Twitter mensagem crítica ao grupo de Curitiba, em novo aceno a Lula.

Ontem, o PGR explicou que se tratava de um trecho de um texto do site Brasil 247.

Os conselheiros de Lula

Apesar de Lula ter a palavra final, a sucessão na PGR tem sido debatida pelo grupo que aconselha o presidente em nomeações para o Judiciário.

Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) têm se encontrado com frequência para debater as escolhas para os tribunais. O time tem o reforço do secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima e Silva, e do secretário de Relações Institucionais, Jean Keiji Uema.

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As chances de Lula escolher um dos nomes da lista tríplice elaborada pela categoria diminuem a cada dia. Em maio, votação da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) elegeu José Adonis Callou, Luiza Frischeisen e Mario Bonsaglia.

O presidente da República não é obrigado a escolher um nome da lista tríplice. Nos dois primeiros mandatos, Lula privilegiou a categoria. No terceiro mandato, deve fazer diferente.

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