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Entrega de 'palmeira dourada' a Bolsonaro foi registrada em perfil oficial

16.nov.2021 - Bolsonaro recebe 'árvore dourada' na cerimônia de encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe- Brasileira Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em São Paulo

11/08/2023 15h13Atualizada em 11/08/2023 15h22

Um dos objetos que aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentaram negociar foi uma 'palmeira dourada', recebida em 2021 durante visita ao Bahrein.

O que aconteceu:

O recebimento da peça foi registrado e publicado no perfil oficial do Palácio do Planalto no Flickr. A cerimônia aconteceu em 16 de novembro de 2021, no encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

No Bahrein, o então presidente também participou da inauguração da embaixada brasileira na capital Manama. Bolsonaro e outros integrantes da comitiva, incluindo o filho Flávio e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também participaram de outros eventos no dia.

Na ocasião, Bolsonaro foi ao Oriente Médio, para, segundo ele, tentar atrair investimentos estrangeiros e visitar o pavilhão do Brasil na Expo 2020, feira universal em Dubai com a presença de diversos países (adiada para este ano devido à pandemia).

Integraram a comitiva brasileiro os ministros Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa), Carlos França (Relações Exteriores), Gilson Machado (Turismo) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

PF reuniu imagens de joias

Os arquivos foram anexados na decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que autorizou uma operação contra suspeitos no desvio de presentes recebidos pelo então presidente. A estimativa é que o grupo tenha faturado ao menos R$ 1 milhão, com as peças.

Barco de ouro que, segundo a PF, teria sido negociado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução

Barco dourado: também foi um presente entregue para Bolsonaro durante o evento na cidade de Manama, no Reito do Bahrein, segundo a investigação da PF. A peça ficou sob responsabilidade do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid. Em uma das conversas, o ex-ajudante de Bolsonaro diz que a peça não é de ouro, o que dificultava a venda.

Kit de joias da Chopard: foi entregue ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem a Arábia Saudita, em outubro de 2021, segundo a PF.

A investigação aponta ainda que o kit foi incluído em um site de leilão pelo valor de US$ 120 mil — mas não chegou a ser vendido.

Relógio que faz parte de kit de joias da Chopard e foi negociado por Mauro Cid, segundo a PF Imagem: Reprodução

A operação:

Em operação batizada de Lucas 12:2, a Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente.

O nome da operação faz referência ao versículo bíblico que diz: "Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal dentro do chamado inquérito das milícias digitais e são cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ). Os fatos investigados configuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, conforme a PF.

Desvio e venda ilegal. O objetivo é investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro e sua posterior venda ilegal no exterior.

Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF.

Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.

Procurada, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid e do seu pai, o general Cid, não se manifestou sobre o caso.

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