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'Nada escondido': a origem bíblica de nome de operação contra pai de Cid

Do UOL, em São Paulo

11/08/2023 09h45

Sob o nome "Lucas 12:2", uma operação da Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente. A origem do nome da ação é bíblica.

Segundo a própria PF, a alusão é ao versículo 12:2 da Bíblia, que versa sobre não haver nada escondido que não será descoberto.

Veja abaixo o que diz a Bíblia, com os versos anterior e posterior, para fins de contexto:

12:1 - Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.

12:2 - Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.

12:3 - Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado.

Quem foi Lucas

Chamado de São Lucas e o Evangelista ele foi, segundo a tradição cristã, o autor do Evangelho de São Lucas e dos Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento.

Citado como um médico grego, Lucas é santo padroeiro dos médicos e artistas, na Igreja Católica, sendo celebrado em 18 de outubro.

Lucas é creditado como discípulo dos apóstolos e teria seguido Paulo até seu martírio — sendo um dos cristãos que teria convivido com os 12 apóstolos

O que aconteceu

O objetivo da Operação da PF é investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro e sua posterior venda ilegal no exterior.

Barbosa Cid (o filho), preso desde maio, e o tenente do Exército Osmar Crivellati também são alvos de buscas.

Os investigados são suspeitos de usarem a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF.

Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, afirmou a polícia.

Os fatos investigados configuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, conforme a PF.

Nos anos 1970, o hoje general da reserva Lourena Cid foi colega de Bolsonaro na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).

Ele dirigiu o Departamento de Educação e Cultura do Exército e foi chefe da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami durante o governo do ex-presidente.

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