Com bancada insatisfeita, PSD quer indicar a Lula nome para a Funasa

Em meio às negociações para a reforma ministerial, lideranças do PSD pretendem entregar formalmente ao governo uma carta com a indicação de Domingos Filho para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O comando do órgão também é cobiçado por outros partidos do centrão, como o União Brasil, e a demora do presidente Lula (PT) para definir o novo rascunho da Esplanada deixou a bancada do PSD impaciente.

O que aconteceu?

Para dar uma reposta a deputados e senadores, o líder do PSD, Antônio Brito (BA), liderou a busca por assinaturas na Câmara e no Senado em apoio à indicação do ex-vice-governador do Ceará para ocupar a Funasa.

O documento conta com assinatura de deputados estaduais, deputados federais e senadores do PSD pelo nome de Domingos Filho. Segundo interlocutores, a medida servirá para pressionar Lula a finalmente escolher os órgãos e ministérios que serão ofertados.

A ideia é entregar o ofício aos ministros palacianos Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência. A dupla é responsável pela articulação do Executivo no Legislativo.

O PSD já reúne três ministérios: Minas e Energia, com Alexandre Silveira; Agricultura, com Carlos Fávaro; e Pesca, com André de Paula. Mas reivindica ainda a Funasa, com o argumento de que as bancadas entregam os votos favoráveis nas propostas prioritárias do governo.

As conversas por mais espaço para o centrão na Esplanada começaram oficialmente em julho. O PP e o Republicanos devem integrar o governo com o líder na Câmara, André Fufuca (MA), e o deputado Silvio Costa Filho (PE), respectivamente.

De lá para cá, no entanto, pouco avançou. Fontes ouvidas pelo UOL afirmam que o governo ainda não ofereceu as pastas, só possibilidades foram ventiladas. Entre elas, poderiam ser negociados os ministérios do Esporte, do Desenvolvimento Social e de Portos e Aeroportos.

Lula já avisou que será ele quem dará a palavra final sobre os novos ministros. Ele vai se reunir com os presidentes dos partidos, as lideranças partidárias e os ministeriáveis após cumprir uma agenda de viagens. Ainda não há, no entanto, uma data marcada.

A Funasa chegou a ser extinta no início do governo Lula, mas recriada após pressão do centrão. A pasta tem braços nos estados, como superintendências estaduais, que podem abraçar aliados.

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Em 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL), a Funasa teve orçamento de R$ 3,4 bilhões, com estruturas distribuídas pelas 27 unidades da Federação.

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