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Bolsonaro fala que Cid é capaz de qualquer coisa para deixar prisão, diz TV

18.jun.2019 - Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto Imagem: 18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/08/2023 08h21Atualizada em 18/08/2023 09h47

O jornalista Túlio Amâncio, da Band, revelou em seu Twitter que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe disse que a estratégia de confissão da defesa de Mauro Cid é "kamikaze". A declaração foi publicada pelo canal de TV.

O que aconteceu:

Bolsonaro teria afirmado ao jornalista que Cid é capaz de fazer qualquer coisa para sair da cadeia. Mauro Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro e o militar mais próximo de Bolsonaro. Para o ex-presidente, a estratégia do novo advogado de Cid seria "kamikaze".

À Veja, o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, diz que Cid vendeu o relógio Rolex a mando de Bolsonaro. "Entregou o dinheiro a ele".

Segundo Bittencourt, Cid decidiu depor após três meses preso e em silêncio. O Código Penal prevê uma redução da pena se um crime é cometido por ordem "de autoridade superior" — Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro.

Para o advogado de Cid, se o depoimento compromete ou não Bolsonaro é indiferente. "Cada um com suas responsabilidades. O compromisso dele é com a verdade".

A decisão de Cid pela confissão aconteceu após operação da PF contra o esquema de desvio e venda de presentes da Presidência. O pai de Cid, o general Mauro Lourena Cid, foi alvo de busca e apreensão.

O que Mauro Cid deve confessar?

O tenente-coronel Mauro Cid deve confessar que vendeu joias dadas a Bolsonaro em agendas oficiais. A informação foi confirmada pelo advogado Cezar Bitencourt para a revista Veja.

Ele também deve dizer que transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para Bolsonaro.

Cid vai apontar Bolsonaro como mandante do esquema e justificar que cumpria ordens. "Resolve lá", era o que dizia Bolsonaro no caso de venda de joias e repasse ilegal de dinheiro.

O advogado Bitencourt diz que pretende se encontrar em breve com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, para tratar da confissão de Mauro Cid. A intenção é que ela sirva como um atenuante na hora da definição de pena de Cid.

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