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Carla Zambelli vira ré em caso da arma na véspera da eleição, decide STF

Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

18/08/2023 22h37Atualizada em 19/08/2023 08h24

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) virou ré no caso da perseguição armada a um homem negro na véspera do segundo turno das eleições de 2022, decidiram os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O que aconteceu:

Votaram pela abertura da ação Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli e Luiz Fux. André Mendonça e Nunes Marques foram os únicos que divergiram.

O placar terminou em 9 a 2 para Zambelli virar ré. Mais cedo a corte havia formado maioria. O STF julgou a deputada no plenário virtual, modalidade em que os ministros depositam seus votos em um ambiente digital, sem a necessidade de fazer sustentação oral. O julgamento estava previsto para terminar na próxima segunda-feira (21), às 23h59.

Indicado por Lula ao STF, o ministro Cristiano Zanin acompanhou o ministro Gilmar Mendes, que é o relator do inquérito.

André Mendonça abriu divergência e foi seguido por Nunes Marques. Os ministros defenderam que o STF não tem competência para julgar o caso e argumentam que o inquérito deve ser enviado à 1ª instância. Na avaliação de Mendonça, o episódio não tem relação "direta" e "verdadeira" com o mandato de Zambelli.

"No presente caso, a ação da denunciada, embora Deputada Federal, não teve relação com o exercício de suas funções. Ela estava, conforme se depreende dos autos, em um restaurante em São Paulo, quando, após provocações e discussão acerca de quem venceria as eleições presidenciais, teria praticado os delitos", escreveu Mendonça, ao defender envio a alguma das varas criminais de São Paulo.

Zambelli apontou arma para homem negro

Aliada do ex-presidente Bolsonaro, Zambelli foi filmada apontando a arma para um homem negro. O caso ocorreu em outubro do ano passado, um dia antes do segundo turno das eleições, na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Lorena, em São Paulo.

No vídeo, Zambelli atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada. A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo. Imagens do momento da confusão, no entanto, mostram que isso não aconteceu. A deputada, na verdade, caiu sozinha.

Na versão de Araújo, a confusão começou após ele encontrar Zambelli em um bar e mandá-la "tomar no cu". Ele relata que as pessoas que acompanhavam deputada começaram a filmar a discussão até que o homem disse "te amo, espanhola", uma referência a uma provocação do senador Omar Aziz (PSD-AM). Foi neste momento que Zambelli se desequilibrou, caiu e passou a correr atrás da vítima com a arma

Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes determinou que Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir o homem. Ele atendeu um pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola Taurus G3C e as munições na Superintendência da PF (Polícia Federal) em São Paulo.

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