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STF forma maioria e Zambelli vira ré no caso da arma na véspera da eleição

A maioria dos ministros do STF para tornar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ré no caso da perseguição armada a um homem negro na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Votaram pela abertura da ação Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. André Mendonça divergiu.

O que aconteceu

Indicado por Lula ao STF, o ministro Cristiano Zanin acompanhou o ministro Gilmar Mendes, que é o relator do inquérito.

André Mendonça abriu divergência. O ministro defendeu que o STF não tem competência para julgar o caso e argumenta que o inquérito deve ser enviado à 1ª instância. Isso porque, na avaliação dele, o episódio não tem relação "direta" e "verdadeira" com o mandato de Zambelli.

"No presente caso, a ação da denunciada, embora Deputada Federal, não teve relação com o exercício de suas funções. Ela estava, conforme se depreende dos autos, em um restaurante em São Paulo, quando, após provocações e discussão acerca de quem venceria as eleições presidenciais, teria praticado os delitos", escreveu Mendonça, ao defender envio a alguma das varas criminais de São Paulo.

Placar está em 6 a 1 para Zambelli virar ré. O STF julga a deputada no plenário virtual, modalidade em que os ministros depositam seus votos em um ambiente digital, sem a necessidade de fazer sustentação oral. O julgamento termina na próxima segunda-feira (21), às 23h59.

Zambelli apontou arma para homem negro

Aliada do ex-presidente Bolsonaro, Zambelli foi filmada apontando a arma para um homem negro. O caso ocorreu em outubro do ano passado, um dia antes do segundo turno das eleições, na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Lorena, em São Paulo.

No vídeo, Zambelli atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada. A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo. Imagens do momento da confusão, no entanto, mostram que isso não aconteceu. A deputada, na verdade, caiu sozinha.

Na versão de Araújo, a confusão começou após ele encontrar Zambelli em um bar e mandá-la "tomar no cu". Ele relata que as pessoas que acompanhavam deputada começaram a filmar a discussão até que o homem disse "te amo, espanhola", uma referência a uma provocação do senador Omar Aziz (PSD-AM). Foi neste momento que Zambelli se desequilibrou, caiu e passou a correr atrás da vítima com a arma

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Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes determinou que Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir o homem. Ele atendeu um pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola Taurus G3C e as munições na Superintendência da PF em São Paulo.

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