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Múcio nega recusa da PF em dar nomes de militares e repassa pedido a Moraes

Colunista do UOL, em Brasília, e do UOL, em São Paulo

23/08/2023 17h00Atualizada em 23/08/2023 20h47

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, negou que a Polícia Federal tenha recusado o pedido dele para que a corporação enviasse os nomes de militares que se reuniram com o hacker Walter Delgatti Neto.

O que aconteceu

Múcio disse que foi informado que processo estava em segredo de Justiça e na mão de Alexandre de Moraes. "Não foi negado, ele [Flávio Dino, ministro da Justiça] apenas disse que o processo estava em segredo Justiça, e que estava sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. Ele me informou que dependia do ministro, então eu imediatamente fiz um ofício ao Alexandre de Moraes", afirmou o ministro da Defesa a jornalistas.

No ofício, ao qual o UOL teve acesso, o ministro diz que as informações da presença de Delgatti "são necessárias para que seja possível fazer as apurações de eventuais atos ilícitos praticados nas dependências deste Ministério". Leia aqui o documento.

Chefe da Defesa quer ter "ponto de partida" para tirar "suspeição" das Forças Armadas. "Não posso socializar (sic) a suspeição, achar que todo esse prédio é suspeito. Desejo muito encontrar isso [a resposta]. O pior é ficar sem resposta [...] Não basta só os nomes, temos que identificar o que foi conversado, para que seja decidida a punição", acrescentou Múcio.

Após ser informado que não teria os nomes, Múcio procurou o ministro da Justiça, Flávio Dino, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Nessa reunião, disse que as Forças Armadas poderão tomar providências após a conclusão do inquérito no STF.

Pedido à PF foi antecipado por Múcio ao UOL Entrevista e enviado na última sexta-feira (18). O ministro disse que iria afastar integrantes das Forças que se reuniram com o hacker.

Em depoimento à CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, um dia antes, Delgatti disse que foi ao ministério a pedido de Bolsonaro para que ele conversasse com técnicos da pasta sobre as urnas eletrônicas. Segundo ele, essa reunião com o ex-presidente foi no ano passado, antes da campanha presidencial.

Encontro na PF

Após reunião com Dino, o ministro da Defesa foi até a sede da Polícia Federal para um encontro com o diretor-geral, Andrei Passos Rodrigues.

Múcio afirmou que se tratava de uma visita de cortesia e com o objetivo de estreitar as relações.

Após a reunião, o ministro da Defesa voltou a falar com jornalistas e afirmou que as câmeras do Ministério da Defesa "não dizem absolutamente nada" sobre a entrada do hacker no prédio.

Nós não temos informações nem nas câmeras, nem nos registros. Na hora que nós tivermos o nome de alguma pessoa com quem ele esteve, essa pessoa vai nos permitir continuar a investigação.

José Múcio, ministro da Defesa

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