CPI do 8/1: Randolfe pede convocação e quebras de sigilo de Meyer Nigri
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso, pediu a convocação e quebras de sigilo do empresário Meyer Joseph Nigri, dono da construtora Tecnisa, na CPMI dos ataques golpistas de 8 de janeiro.
O que aconteceu
Randolfe diz que o empresário "aparece como possível braço para disseminação de ataques às instituições" em grupos no WhatsApp. Mensagens encontradas pela PF mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para Meyer compartilhar informações falsas sobre ministros do STF.
Requerimentos pedem acesso a ligações telefônicas, extratos fiscais e dados de Nigri em plataformas digitais. As solicitações miram ainda os conteúdos de conversas do empresário em aplicativos de mensagens e redes sociais, e-mails recebidos e enviados e ainda o histórico de localização do empresário.
Os pedidos valem para o período de 1º de janeiro de 2022 a 30 de abril de 2023. Como se tratam de requerimentos, eles ainda precisam ser aprovados pelos integrantes da CPMI dos atos de 8 de janeiro.
Nigri disse a Bolsonaro que repassou desinformação
Documento da PF ao qual o UOL teve acesso mostra conversas de Nigri com um número identificado como 'PR Bolsonaro 8'. PR seria a sigla para presidente da República. O número atribuído ao então presidente enviou ao empresário mensagens com fake news e ataques a ministros do STF e pede que o conteúdo fosse repassado "ao máximo".
Nigri afirmou ter compartilhado com vários grupos uma das mensagens falsas, sobre uma fraude no sistema de votação brasileiro.
Moraes manteve uma investigação contra o empresário sob o argumento de que há necessidade de continuar as diligências da PF. Já em relação a Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, a PF ainda analisa os dados bancários e tenta acessar o celular dele. A decisão de Moraes afirma que o empresário se recusou a fornecer as senhas aos investigadores.
O inquérito foi aberto em 2022 após Hang ter supostamente falado em golpe de Estado em mensagens com outros empresários.
A pedido da PF, Moraes estendeu o inquérito em 60 dias contra Hang e Nigri. Eles são os únicos que permanecem sob investigação por participação no grupo "WhatsApp Empresários & Política", que teria conversas de teor golpista.
Para outros seis empresários, a investigação foi arquivada: Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Khoury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot. A PF avaliou que eles não tiveram nenhuma atuação antidemocrática para além da participação no grupo.