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Cid relata que Bolsonaro pediu alteração em decreto golpista, diz jornal

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/10/2023 11h31Atualizada em 11/10/2023 13h33

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, disse à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou diretamente na discussão da elaboração de um decreto golpista para impedir a troca de governo após as eleições de 2022. A informação é do jornal O Globo.

O que aconteceu

Em delação à PF, Cid teria afirmado que Bolsonaro pediu para alterar parte da estrutura de um texto dado ao presidente por Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. O decreto teria diversas páginas elencando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo, relata o jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, Cid teria dito que Bolsonaro manteve no decreto a convocação de novas eleições e o pedido de prisão de Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) à época.

Cid teria dito na delação que só soube do documento quando Martins lhe apresentou uma versão impressa e em formato digital para que fossem feitas as mudanças pedidas pelo ex-presidente. O próprio ex-assessor retornou dias depois com uma nova versão do texto e a alteração solicitada por Bolsonaro.

O Globo traz que Cid disse na delação que o ex-presidente concordou com a mudança feita na minuta e mandou chamar os comandantes das Forças Armadas para discutir a medida antidemocrática. A ideia não foi colocada em prática devido à falta de apoio tanto do general quanto do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.

Ao jornal, a defesa de Bolsonaro disse que não teve acesso à delação e, por isso, não pode comentar. A defesa de Filipe Martins não foi localizada.

Cid disse à PF que Bolsonaro consultou militares sobre golpe

Em outro depoimento, segundo O Globo, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro recebeu minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários.

O então presidente submeteu o teor do documento em conversa com militares de alta patente e obteve apoio do então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, segundo Cid.

Investigadores vão realizar diligências para verificar a veracidade das informações apresentadas e podem chamar Cid para esclarecimentos complementares, afirma Aguirre Talento, colunista do UOL.

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