Bolsonaro encontra premiê da Hungria na Argentina
Eduardo Militão e Stella Borges
Do UOL, em Brasília e São Paulo
09/12/2023 12h23Atualizada em 09/12/2023 14h21
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um dos expoentes da ultra-direita europeia. Eles estão em Buenos Aires, na Argentina, neste sábado (9), para a posse do novo presidente argentino, o direitista Javier Milei.
O que aconteceu
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado para a posse, mas mandou apenas representantes diplomáticos.
Jair Bolsonaro e sua antiga equipe de trabalho foram à Argentina. Eles anunciaram ter se encontrado com Milei na sexta-feira (8).
Hoje, o ex-presidente conheceu Viktor Orban.
Numa rápida declaração, Orban afirmou que Brasil e Hungria estão distantes, mas o futebol e a política unem os dois países.
Bolsonaro disse que o premiê da Hungria era "muito mais bonito" do que ele. "Temos muita coisa em comum, mas ele é muito mais bonito do que eu", afirmou o ex-presidente.
O ex-presidente estava acompanhado dos filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro e de aliados do PL: o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto (SP), o líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), o governador de Santa Catarina, Jorginho Melo, a deputada Beatriz Kicis (DF) e o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten.
Autocrata é chamado de "voz da liberdade"
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou em rede social neste sábado (9) que o Orban é "amado" na América Latina. O húngaro seria "líder conservador amado na América Latina por representar a voz da liberdade mundialmente".
Orban, do partido Fidesz, está no poder desde 2010 na Hungria. É considerado um autocrata, assim como Vladimir Putin, da Rússia. Ele elaborou uma nova Constituição e aprovou uma série de leis que reorganizaram radicalmente a legislação húngara. Isso ampliou seu controle sobre a política húngara, acelerando a centralização de poder em seu país.
Ele passou a controlar o Judiciário. Aumentou o número de ministros da suprema corte e forçou a aposentadoria dos ministros mais antigos.
O premiê tem ações nacionalistas, anti-imigração xenofóbicas. Ele atuou para impedir a entrada de refugiados em seu país durante a crise de refugiados que atingiu a Europa em 2015. A maioria vinha da Síria, país em guerra civil há mais de 10 anos.