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Lula exalta Haddad por reforma tributária e faz pré-campanha para Boulos

Fabíola Perez, Lucas Borges Teixeira, Do UOL, em São Paulo e em Brasília

16/12/2023 12h11Atualizada em 16/12/2023 13h43

O presidente Lula (PT) comemorou hoje a aprovação da reforma tributária no Congresso, ocorrida ontem, em evento de habitação em São Paulo, e elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela iniciativa. O ato contou com discurso do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), em pré-campanha à prefeitura.

O que Lula disse

A proposta, uma das principais pautas da agenda econômica do governo, foi aprovada por 365 votos a 118 no segundo turno com apoio —e uma forcinha— do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O texto será promulgado pelo Congresso na próxima quarta-feira (20).

Para facilitar o investimento, o pagamento de imposto, pagar mais quem ganha mais e pagar menos quem ganha menos, para que a gente melhore a vida do povo. Então, o que aconteceu ontem foi um fato histórico, que Haddad merece uma salva de palmas especial por ter coordenado isso.
Lula, sobre reforma tributária

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Haddad foi o responsável por negociar a reforma com o Congresso. Ele articulou um texto em comum com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), junto com os relatores das duas Casas.

"Nós conseguimos aprovar uma política de reforma tributária numa votação democrática, num Congresso em que a gente tem minoria", destacou Lula. Ele elogiou também os articuladores do governo, como o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e os líderes no Congresso, mas não citou Lira.

O presidente da Câmara foi o principal fiador da proposta e trabalhou para votar o texto nesta semana. Para conseguir quórum, convocou sessão semipresencial com desconto no salário de quem não votasse.

As mudanças serão concluídas só em 2033. Até lá há um período de transição e de regulamentação de diversos trechos. O Executivo terá até 180 dias a partir da promulgação para enviar os projetos de lei complementar que regulamentarão a reforma.

Ajudinha na pré-campanha

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Boulos aproveitou o evento para defender movimentos sociais e a luta por habitação. "Tem muita gente no poder público que tem preconceito contra o movimento social, [acha] que é gente desordeira", disse.

Boulos concorrerá contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) com apoio do PT na capital paulista. Como é previsto para o próximo ano, Lula deverá levar ao palanque seus candidatos regionais —não à toa, Boulos foi convidado para um evento de habitação, sua principal pauta.

Nem a escolha do local foi à toa: Lula escolheu Itaquera, um bairro-pêndulo a altamente populoso em São Paulo, para fazer o evento. O local onde o evento foi realizado é chama Copa do Povo, conjunto habitacional fruto de luta do MTST, movimento de moradia que alçou Boulos à política nacional.

"Hoje, antes do Natal, é muito simbólico assinar esse contrato", comemorou Boulos. "Esse povo tem uma luta de moradia por moradia por muitos anos. Desde 2019, esse terreno estava pronto para ser contratado, mas a gente tinha na presidência na república alguém que não olhava para o povo, alguém que governava com ódio."

Haddad, ex-prefeito da capital, ajudou no coro ao aliado. "Eu era prefeito na época da Copa, muita gente sendo despejada e Boulos falava sobre isso. Infelizmente quem estava na presidência de 2019 até o ano passado não era uma pessoa com o coração do Lula", disse o ministro, sem citar que, neste período, a presidente era Dilma Rousseff (PT).

Lula deu ainda uma cutucada em Nunes e no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ao citar que as obras terão recursos dos governos estadual e municipal, disse que os dois "foram convidados e não vieram, mas se viessem seriam tratado com respeito, porque educação a gente aprende em casa".

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