Operação da PF contra financiadores do 8/1 apreende armas de CACs
A operação da Polícia Federal de hoje mirou financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro e apreendeu armas de CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
O que aconteceu
As armas foram apreendidas em Rondônia e Mato Grosso. Imagens obtidas pela reportagem mostram um arsenal em cima da mesa. Todo o material estava registrado e regular.
Em Rondônia, o armamento pertencia a um policial militar. Segundo a PF, nessa ação, foram apreendidas sete armas, uma espingarda de ar comprimido, 392 munições e duas caixas de pólvora com 1 kg, além de um celular.
Os registros de CAC dos atiradores foram cancelados por terem sido alvo da operação, segundo apurou o UOL.
Hoje, a PF cumpriu um mandado de prisão preventiva e 46 mandados de busca e apreensão. Os alvos estão no Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins, Santa Catarina e Distrito Federal. A maioria dos alvos de hoje é suspeita de financiar acampamentos e ônibus para o 8/1.
Foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Segundo a PF, os valores dos danos causados ao patrimônio público podem chegar a R$ 40 milhões.
Deputados do PT dizem que a PF fará operações contra nomes de peso a partir deste mês. A maioria dos presos até agora são pessoas que invadiram os prédios do Planalto, Congresso e STF.
Só um financiador do 8/1 foi denunciado
Em um ano, 1.413 pessoas foram denunciadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelos atos de 8 de janeiro. Do grupo, 248 participaram da invasão da praça dos Três Poderes e 1.156 estavam no acampamento dos manifestantes, em Brasília. Também foram acusados oito policiais militares do DF e um financiador.
O único denunciado como financiador é o empresário Pedro Luis Kurunczi, de Londrina (PR). Segundo a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), ele fretou quatro ônibus ao custo de R$ 59,3 mil para levar 108 bolsonaristas à capital federal.
Dezenas de outros fretadores já foram identificados. Ainda em janeiro, dias após os atos, a AGU (Advocacia-Geral da União) processou 52 pessoas e sete empresas que financiaram transporte para Brasília. Elas são alvos de um pedido de indenização por dano moral coletivo, mas Kurunczi é o único que responde na esfera criminal.