Esposa de coronel Naime rebate Cappelli: 'Não tomou decisão sozinho'
Do UOL, em São Paulo
09/01/2024 15h49
A esposa do coronel Jorge Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, comentou publicações do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, e defendeu a atuação do marido nos eventos ocorridos após os ataques de 8 de Janeiro.
O que aconteceu
Esposa diz que coronel não tomou decisão sobre condução de presos sozinho. Na publicação, Cappelli escreveu que "os ônibus com os golpistas saíram do QG do Exército e, misteriosamente, não chegavam na sede da PF" devido a uma decisão de Naime. Mariana alegou que a superintendência da PF não tinha capacidade para abrigar todos os presos nos atos.
Cappelli afirmou que "enfrentamento" com Naime foi "um dos mais emblemáticos". Em diversas postagens, o número 2 da pasta relembrou o dia seguinte às depredações promovidas por apoiadores de Jair Bolsonaro nas sedes dos Poderes.
Coronel está preso e é acusado de omissão; defesa rebate e diz que ele estava de licença no 8 de Janeiro. Naime foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por omissão no 8 de Janeiro. A defesa rebate, porém, dizendo que o ex-coronel estava de licença no dia e que não tinha conhecimento sobre o planejamento dos atos golpistas, mas que compareceu para ajudar posteriormente.
Família de Naime pressiona para que ex-coronel vá para prisão domiciliar. Mariana Naime atua nas redes sociais em defesa do marido, e os advogados do caso dizem existir "tratamento desigual" na preventiva de Naime, colocado como o "militar preso há mais tempo" em decorrência dos atos.
Cappelli aguarda decisão de Lula
Presidente deve escolher entre Cappelli e o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski para lugar de Dino. Carla Araújo, colunista do UOL, aponta que o nome do secretário-executivo é o defendido pelo atual ministro. A decisão deve ser tomada até sexta-feira (12).
Cappelli atuou como interventor federal na segurança pública do DF na época dos ataques golpistas. Ontem, ele disse que a Operação Lesa Pátria, desencadeada para encontrar financiadores, executores e outros envolvidos nos atos, "não tem data para acabar".