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Abin abre apuração sobre celular e notebook que ficaram com Ramagem

Do UOL, em Brasília

26/01/2024 15h49Atualizada em 26/01/2024 18h05

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) abriu uma apuração interna para investigar os motivos pelos quais o ex-diretor da agência Alexandre Ramagem manteve um celular e um notebook da instituição mesmo depois de deixar o cargo, em 2022.

O que aconteceu

Ramagem foi alvo de buscas pela Polícia Federal ontem (25), em operação que investiga uso ilegal do aparato estatal da Abin para monitorar adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a ação, foram localizados dois aparelhos que ainda pertencem à agência.

Fontes na Abin relatam ao UOL que, mesmo com os equipamentos, Ramagem não conseguiria acessar o sistema da agência. O acesso do ex-diretor foi revogado em 31 de março de 2022, quando ele deixou o cargo para se lançar pré-candidato a deputado federal nas eleições daquele ano.

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Segundo o UOL apurou, sempre que um funcionário deixa a agência, há um procedimento interno para a entrega dos equipamentos cedidos pela Abin. A apuração vai investigar por que o celular e o notebook não foram devolvidos por Ramagem.

Ramagem afirmou que eram "aparelhos antigos e sem utilização há anos". Ele deu as declarações à GloboNews.

"Se houver computador e telefone da Abin, foram trocados por novos, que foram devolvidos. Estão sem utilização há mais de três anos. Estavam no canto, sem funcionamento, e a prova pericial vai demonstrar", disse.

O que a PF apura

PF investiga uso de estrutura da Abin para favorecer filhos de Bolsonaro. Além do monitoramento de adversários políticos, a PF suspeita que Ramagem utilizou da estrutura da agência para tentar fazer provas e relatórios em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

É citado ainda que a Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso Marielle Franco. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura de Ramagem como de "natureza gravíssima".

A Polícia Federal aponta que ALEXANDRE RAMAGEM utilizou de sua posição de Diretor-Geral da ABIN para incentivar e encobrir a utilização indevida da ferramenta FIRST MILE, bem como - aponta a natureza gravíssima - da sua posição de parlamentar para requisitar informações sobre as investigações subsequentes.
Alexandre de Moraes, ministro do STF

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