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OPINIÃO

Tales: Lula avalia demitir nº 2 da Abin; diretor-geral também pode cair

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/01/2024 10h48

Lula estuda demitir Alessandro Moretti, número 2 da Abin, o que poderia levar à queda de Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da agência, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (26).

Além de tudo o que já foi dito e da estranheza desse caso, chama a atenção o caso do Moretti, citado pela Polícia Federal. Já está sendo avaliada por Lula a demissão desse nº 2 da Abin, o que pode arrastar o atual diretor-geral da agência [Luiz Fernando Corrêa].

No relatório sobre a espionagem da Abin, a PF sugere que o diretor-adjunto [Moretti] integrou um 'conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin', para prejudicar as investigações. O problema é que Moretti sempre contou com o apoio irrestrito de Corrêa, sobre quem Lula depositava total confiança. Tales Faria, colunista do UOL

Para Tales, "o constrangimento está montado" com o relatório da PF ao STF sobre o caso de espionagem da Abin. O colunista ressaltou as ligações de Moretti com o governo Bolsonaro, o que seria suficiente para Corrêa não depositar tanta confiança nele a ponto de indicá-lo para o cargo.

Ele tinha fortes ligações com o governo Bolsonaro via Anderson Torres [ex-ministro da Justiça]. Só isso era para não indicar tanta confiança de Corrêa sobre ele. Já no cargo da Abin, no governo Lula, além daquela reunião citada pela PF, foi ele quem negou ao TCU compartilhar informações sobre a atuação do equipamento First Mille de espionagem.

Ou seja, há motivos de sobra para que ele não fosse nomeado secretário-adjunto da Abin. E também para a irritação no Palácio do Planalto com o que até agora se chama no mínimo de 'inocência' de Corrêa, seu chefe. Por isso, a demissão de um pode arrastar o outro. Dessa vez, a impressão no governo é de que Lula não deve demorar a decidir. Tales Faria, colunista do UOL

Bergamo: Operação alerta para possível interesse federal no caso Marielle

A descoberta de que a "Abin paralela" monitorava a promotora do caso Marielle sinaliza o possível interesse de alguém na esfera federal nas investigações do crime, afirmou Mônica Bergamo. A colunista disse que a interferência da Abin no acompanhamento das investigações sobre o crime "não se justifica"

Ela traz um alerta evidente de que alguém no plano federal está muito interessado nessa investigação e pode estar envolvido nesse crime. Ou, no mínimo, porque alguém ligado a essa pessoa está envolvido no crime. Por que a Abin vai se meter no caso Marielle para dar informações ao presidente? Isso não se justifica de forma alguma. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Josias: Argumento de Ramagem de "perseguição política" é ridículo

Josias de Souza classificou como "ridícula" a tese de Alexandre Ramagem, que alegou ser "vítima de perseguição" ao ser alvo de investigação da Polícia Federal no caso de espionagem da Abin.

Imaginar que o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República, sob nova direção, toda a Polícia Federal... Temos que imaginar que toda essa estrutura do Estado foi mobilizada para evitar que [o deputado federal] Carlos Jordy dispute a Prefeitura de Niterói ou Ramagem concorra à Prefeitura do Rio. É muito ridículo. Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: É preciso haver uma reformulação de fato na Abin

Tales afirmou que é preciso uma reformulação "grande" na Abin.

Tem uma outra questão que não foi feita: uma reformulação, de fato, na Abin. Lula assumiu, colocou um general, que se mostrou fraco e deixou no cargo as pessoas do Bolsonaro, houve a invasão do Planalto e a Abin praticamente abriu as portas para a invasão.

Tem que haver uma reformulação grande na agência [...] Acho que Lula está precisando mais do que nunca fazer isso, rever o sistema de informações do Planalto, tirar todo mundo que for comissionado, limpa a Abin e coloca quem for concursado [...] Muda a Abin. O sistema de informações do Planalto não dá para continuar sendo o que era antes.

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Veja a íntegra do programa:

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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