Armamento caiu 56% em 2023, mas sem aumento de criminalidade, diz Dino
O número de concessões de porte de arma para cidadãos diminuiu 56% em 2023, em relação a 2022, enquanto o registro de crimes não cresceu. Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O que aconteceu
Ao todo, 2.469 portes foram concedidos pela Polícia Federal no ano passado. Isso representa uma queda de 56%, quando comparado com o último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), quando 5.675 foram concedidos.
Também houve diminuição no registro de novas armas de fogo pela PF. Em 2023, foram registradas 28,3 mil novas armas, uma queda de 79% em relação às 135,9 mil do último ano de Bolsonaro.
Os dados foram apresentados nesta manhã na despedida do ministro Flávio Dino, que vai para o STF. O novo ministro, Ricardo Lewandowski, também presente na entrevista, deverá tomar posse amanhã.
A política antiarmamentista foi uma das premissas de campanha de Lula na área de segurança pública e a principal política de Dino. Decretos assinados já em janeiro restringiram o acesso a civis e aos chamados CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), aumentou o controle sobre clubes de tiro e diminuiu a quantidade de armas por cidadão.
Ao dar os dados, Dino procurou combater a premissa de que "mais armas significam menos crimes". O discurso vai de encontro direto à política de segurança pregada pela gestão Bolsonaro, que aumentou em sete vezes as autorizações para porte de arma durante quatro anos de mandato.
É possível tecer um panorama em que temos redução do armamentismo irresponsável e não temos crescimento das taxas de criminalidade violenta. Pelo contrário. [Com isso,] rompendo definitivamente aquela relação de causa e efeito em que: [quanto mais] armas, menos crimes. Nós mostramos que menos armas, menos crimes. Essa é a síntese desse panorama que mostramos em 2023.
Flávio Dino, em entrevista à imprensa
O evento desta manhã no Planalto funciona como uma prestação de contas da gestão de Dino à frente do Ministério da Justiça. Ele deverá tomar posse no Supremo no dia 22 de fevereiro.
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