'Política no Brasil hoje é feita no STF', diz Eduardo após ação da PF
Do UOL, em São Paulo e em Brasília
08/02/2024 10h23Atualizada em 08/02/2024 12h34
Eduardo Bolsonaro (PL) criticou o STF e a operação da Polícia Federal deflagrada hoje contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
O que aconteceu
Filho do ex-presidente afirmou que ''a política no Brasil tem sido feita e decidida no STF (Supremo Tribunal Federal)''. A publicação foi feita no X (antigo Twitter) horas depois do início da operação.
O deputado também criticou a atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes, sugerindo uma possível perseguição política. Segundo ele, Moraes teria mandado a PF na casa em Angra após retorno de Bolsonaro às lives. Ele também afirmou que as prisões de hoje aconteceram depois do ''grande ato pró-Bolsonaro'' em São Sebastião.
-28/JAN Super Live marcando retorno de @jairbolsonaro às lives
-- Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) February 8, 2024
-29/JAN STF Alexandre de Moraes manda Polícia Federal na casa de Bolsonaro em Angra
-7/FEV grande ato pró Bolsonaro em S. Sebastião
-8/FEV STF Alexandre de Moraes apreende passaporte de Bolsonaro e prende assessores? pic.twitter.com/zf4u8Urvcr
O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que os inquéritos "são eternos" e que buscam "pelo em ovo". Para Mourão, "atacam sob a justificativa de uma pretensa tentativa de golpe de Estado".
O senador saiu em defesa dos militares alvos da operação. Segundo ele, atacam também "a honra a integridade de chefes militares que dedicaram toda uma vida ao Brasil".
Já a senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) disse que acompanhou a operação "com indignação, mas nenhuma surpresa". Ela pediu a Deus que "tenha misericórdia do Brasil".
A operação de hoje
Jair Bolsonaro é alvo de busca e apreensão. O mandado foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Os agentes foram até a casa de Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ) para recolher seu passaporte. Como o documento não estava no local, foi dado o prazo de 24 horas para a entrega.
A PF também apreendeu o celular de Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor do ex-presidente. Ele está em Angra com Bolsonaro.
Ex-assessores são presos
O coronel Marcelo Costa Câmara e Filipe Martins, ex-assessores de Bolsonaro, foram presos na manhã de hoje. A PF também prendeu Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.
Ex-ministros de Bolsonaro são alvos de busca e apreensão. Entre os nomes estão Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também é alvo da PF.
A PF cumpre hoje 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. O Exército acompanha o cumprimento de alguns mandados. Quatro generais 4 estrelas são alvos.
Como era atuação do grupo
Segundo a PF, o grupo se dividiu em núcleos para disseminar informações falsas sobre fraude nas eleições de 2022. A ação aconteceu antes mesmo do pleito para "viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital".
O primeiro eixo trabalhou para construir e propagar a versão de fraude nas eleições. O grupo espalhou mentiras sobre vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. Segundo a PF, o discurso é repetido pelos investigados desde 2019 e continuou após a vitória do presidente Lula (PT).
O segundo eixo consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito por meio de um golpe de Estado. Segundo a PF, o grupo tinha apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.