Bolsonaro reclama em reunião de serviço de inteligência: 'Coçando o saco'
Do UOL, em Brasília
09/02/2024 13h59Atualizada em 09/02/2024 15h28
Jair Bolsonaro (PL) aparece em vídeo reclamando, aos palavrões, da qualidade dos serviços de inteligência durante seu governo. A PF investiga a existência de uma "Abin paralela" enquanto ele era presidente.
O que aconteceu
Bolsonaro reclamou que um adversário deu cesta básica e café da manhã durante a campanha eleitoral e não foi flagrado. "Cadê a porra da inteligência minha que não consegue ir lá e filmar o cara recebendo dinheiro", afirmou.
As queixas foram feitas em meio a uma série de palavrões. "Vai pra puta que o pariu, porra! Que porra de inteligência que eu tenho?"
Na ocasião Bolsonaro cobrou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e os militares. As declarações aconteceram durante a reunião ministerial que serviu de base para a operação da Polícia Federal na apuração contra um grupo que tentou dar um golpe de Estado.
Que porra de inteligência que eu tenho? [Inaudível] Forças Armadas, Abin, toda inteligência que não traz um relatório do que aconteceu lá. Coçando o saco.
Jair Bolsonaro durante reunião ministerial
PF investiga 'Abin paralela'
Esta foi a segunda reunião ministerial em que Bolsonaro apareceu reclamando da inteligência. Na outra, que veio a público durante a pandemia, ele cobrou melhora nos serviços.
Naquela ocasião, o ministro da Justiça era o hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O vídeo da reunião foi citado como prova de que o ex-presidente tentava intervir na Polícia Federal.
Bolsonaro chegou a mencionar que contava com um serviço de inteligência particular. O caso voltou à tona com a investigação que apura se havia uma "Abin paralela" durante a gestão dele.
A PF investiga o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por participação na suposta agência paralela de investigação. O parlamentar chefiou a Abin na época de Bolsonaro e seria responsável por comandar um grupo que monitorava autoridades, entre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), parlamentares e governadores.
Outro alvo da PF é Carlos Bolsonaro. O filho do ex-presidente é amigo de Ramagem e existe suspeita de que os serviços de espionagem paralelos seriam coordenados por ele.
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