Bolsonaro pede afastamento de Moraes de investigações sobre suposto golpe
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (14), o afastamento do ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre o suposto plano para determinar um golpe de Estado.
O que aconteceu
Os advogados de Bolsonaro apresentaram uma arguição de impedimento contra Moraes, em petição enviada ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. "Diante do manifesto impedimento para a realização de qualquer ato processual no presente feito pelo seu nítido interesse na causa", argumenta a defesa do ex-presidente.
A defesa alega que o ministro seria uma das vítimas do suposto plano, portanto, não poderia ser relator do caso: "Uma narrativa que coloca o ministro relator no papel de vítima central das supostas ações que estariam sendo objeto da investigação, destacando diversos planos de ação que visavam diretamente sua pessoa".
Os advogados também pedem que todos os atos determinados por Moraes sejam anulados.
O pedido ao STF diz que Moraes "assumiu, a um só tempo, a condição de vítima e de julgador".
A defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, também alegou impedimento de Moraes para julgar o caso. De acordo com a PF, Câmara foi o responsável por uma operação de monitoramento do ministro do STF, com o objetivo de prendê-lo durante uma tentativa de golpe de Estado.
Operação da PF
A PF deflagrou na última quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis, cuja tradução no latim é "hora da verdade". A ação mira uma suposta organização criminosa que tentou dar golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
Bolsonaro foi um dos alvos da operação. Os agentes foram à casa do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ) para recolher o passaporte dele. Como o documento não estava no local, foi dado o prazo de 24 horas para a entrega. O passaporte foi apreendido no início da tarde, em Brasília.
A operação ocorreu com base na delação do tenente-coronel Mauro Cid e em outras provas coletadas pela PF ao longo da investigação.
No dia seguinte à operação, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo de um vídeo apreendido. Na gravação, Bolsonaro diz, sem provas, que haveria um acordo secreto do Tribunal Superior Eleitoral que "estaria passando por cima da Constituição. "Eu vou entrar em campo usando o meu Exército, meus 23 ministros", diz.
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