Moraes manda cabeleireira que pichou 'perdeu, mané' para prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta tarde que a cabeleireira Débora Rodrigues Santos cumpra prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, e impôs uma série de condições a ela, como a proibição de usar redes sociais e de dar entrevistas sem autorização do STF.

O que aconteceu

O ministro tomou a decisão após a PGR ser favorável ao regime domiciliar. Débora estava presa desde 17 de março de 2023 por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro. Naquele dia, ela escreveu com batom a expressão "perdeu, mané" na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF, em Brasília.

Moraes impôs à cabeleireira uma série de condições. Ela ficará em casa com a família enquanto aguarda o fim de seu julgamento por participação nos atos golpistas. O caso está suspenso após um pedido de vista do ministro Luiz Fux, que já anunciou que vai rever a pena proposta por Moraes, de 14 anos de prisão.

As condições impostas a Débora

  1. Uso de tornozeleira eletrônica;
  2. Proibição de utilização de redes sociais;
  3. Proibição de comunicar-se com os demais envolvidos, por qualquer meio;
  4. Proibição de concessão de entrevistas a qualquer meio de comunicação, incluindo jornais, revistas, portais de notícias, sites, blogs, podcasts e outros, sejam eles nacionais ou internacionais, salvo mediante expressa autorização deste Supremo Tribunal Federal;
  5. Proibição de visitas, salvo de seus advogados regularmente constituídos e com procuração nos autos e de seus pais e irmãos, além de outras pessoas previamente autorizadas por este Supremo Tribunal Federal.

Defesa de Débora comemorou a decisão. "A defesa de Débora Rodrigues tem o prazer de informar que, após mais de dois anos de prisão injusta, nossa cliente obteve seu alvará de soltura.", disseram os advogados dela.

Este é um marco importante não só na luta pela liberdade de Débora, mas também em uma luta maior por justiça e respeito aos direitos humanos.
Hélio Júnior e Tanieli Telles, advogados de Débora Rodrigues dos Santos

Condenação de Débora "nunca" deveria ter ocorrido, diz a defesa. "Reafirmamos nosso compromisso em continuar acompanhando os desdobramentos do caso, sempre em busca de uma justiça plena."

A liberdade de Débora é uma vitória não apenas para ela, mas para todos que acreditam na luta pela justiça e pela dignidade humana.
Hélio Júnior e Tanieli Telles, advogados de Débora Rodrigues dos Santos

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Em sua decisão, Moraes entendeu que o tempo que ela cumpriu na cadeia e o comportamento dela permitem a remissão de tempo de sua eventual pena. O ministro levou em conta o fato de ela já estar há mais de dois anos presa, de ter apresentado bom comportamento na cadeia, ter trabalhado e ter sido aprovada no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste período.

A decisão cita a carta de Débora pedindo desculpas. Avaliando tudo isso, o magistrado decidiu que ela poderia ir para o regime semiaberto.

A PGR foi contra a soltura da cabeleireira, mas entendeu que ela poderia ir para o regime domiciliar. Para Gonet, os motivos da prisão de Débora permanecem, mas, como não há previsão de o julgamento da denúncia dela ser concluído, ela poderia ir para o regime domiciliar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou a decisão nas redes sociais. "Imagine a felicidade de seus filhos. Débora, o Brasil te ama", diz a publicação.

O julgamento está no plenário virtual

O voto de Moraes, relator do caso, foi o primeiro na ação penal. Ele pediu a condenação a 14 anos de prisão. Flávio Dino acompanhou o relator, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista de Fux. Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ainda não se manifestaram. Não há data ainda definida para a ação voltar a ser analisada.

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Fux tem até 90 dias para retomar o julgamento na Primeira Turma do STF. Como as Turmas são compostas por cinco ministros, basta mais um voto para formar maioria pela condenação.

249 comentários

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Petrucio Joao da Silva

Os seguidores do bozo são muito COVARDES, ficaram meses pedindo golpe em frente aos quarteis,  todo mundo aqui viu isso, agora ficam de lorotas dizendo que não foi bem assim. Essa gente acha que não temos memória? Acham que as fake news de WhatsApp apagam a história? Assumam o que fizeram e parem de papo furado... 

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Edson Yarid Jr

Uma grande ameaça ao país. Essa mãe é um perigo com seu batonzinho.

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José Dominguez Garcia

Erro do Moraes. A pichação da estátua foi o de menos, o q conta é o conjunto da obra e ela cometeu alguns delitos. Depois se vitimizou e deu margem a todo o escarcéu q a mídia e a direita fizeram.

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