OPINIÃO
Josias: Mauro Cid e Freire Gomes apertam nó no pescoço de Bolsonaro
Colaboração para o UOL, em São Paulo
12/03/2024 10h58
Os depoimentos de Mauro Cid, ouvido por mais de nove horas pela Polícia Federal, e do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes complicam cada vez mais a situação de Jair Bolsonaro ao reforçar a ligação do ex-presidente com a trama golpista, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta terça (12).
Bolsonaro está perambulando pelo país fazendo pose de vítima e produzindo declarações que insinuam, embora a PF continue dando corda a Cid, que há pouca forca nesse inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
Mauro Cid passou nove horas esmiuçando os segredos que ele tem para contar. Ninguém passa tanto tempo diante de um delegado impunemente. Tomado pela extensão, esse depoimento do Cid seguiu o padrão da inquirição do Freire Gomes.
Cid e Freire Gomes estão apertando o nó no pescoço do Bolsonaro. Quem desdenha e brinca da corda, como Bolsonaro está fazendo, precisa entender de nó. Esses dois oficiais do Exército estão dando à PF elementos para que esse nó seja apertado. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, os longos depoimentos de Cid e Freire Gomes sugerem um alto nível de detalhamento sobre o envolvimento de Bolsonaro e de aliados na tentativa de golpe de Estado.
Não dá para supor que o ex-faz-tudo do Bolsonaro passou nove horas na frente de um delegado da PF e não contou coisas que não compliquem o Bolsonaro e os militares que se acumpliciaram com ele. O que vem por aí não é boa coisa para o Bolsonaro.
Significa dizer que pode ser uma boa coisa para o país, porque o inquérito se encaminha para o indiciamento, que resultará na denúncia, que muito provavelmente virará ação penal e dali sairão as sentenças. Josias de Souza, colunista do UOL
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