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Implicado por colegas das Forças Armadas, ex-chefe da Marinha silencia à PF

Garnier concordou com ideias propostas nas versões de minutas golpistas, disseram ex-chefes do Exército e Aeronáutica Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

15/03/2024 12h17Atualizada em 15/03/2024 15h11

O ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos ficou em silêncio em depoimento à Polícia Federal sobre o suposto plano de um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

O que aconteceu

Garnier foi implicado na investigações pelos ex-chefes do Exército e da Aeronáutica. Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Júnior informaram que o ex-chefe da Marinha concordou com as ideias propostas nas versões das minutas golpistas discutidas com Bolsonaro. Ele teria dito que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do ex-presidente.

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Já Freire Gomes e Baptista Júnior relataram que deixaram claro a Bolsonaro que não aceitariam qualquer ato de ruptura institucional. O ex-comandante da Aeronáutica afirmou que Freire Gomes ameaçou prender o ex-presidente caso ele tentasse golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes retirou hoje o sigilo dos depoimentos dados à Polícia Federal sobre o caso. O ministro tornou públicos todos os 27 depoimentos. A justificativa foram as notícias veiculadas pela imprensa que revelaram trechos de alguns deles.

Garnier foi alvo de busca e apreensão em operação que investiga o caso em fevereiro. Na ocasião, ele se manifestou em nota dizendo que teve o seu aparelho apreendido e pedindo por orações. Ele ainda atribuiu a operação à situação política do país.

Garnier é um militar reformado e recebe a mesma remuneração de quando era da ativa: R$ 35 mil brutos. Ele comandou a Marinha de abril de 2021 a dezembro de 2022 e se tornou o primeiro comandante da Marinha da Nova República a não comparecer à cerimônia de passagem de comando para seu sucessor.

Cientificado que, caso tenha envolvimento com os fatos criminosos investigados, tem o direito de permanecer em silêncio, de não produzir provas contra si mesmo e de ser assistido por um advogado. Inquirido a respeito dos fatos investigados, respondeu: que, neste ato, reserva-se ao direito constitucional de permanecer em silêncio, motive pelo qual não serão formulados questionamentos sobre os fatos. Nada mais havendo, este termo de declaração foi lido e, achado conforme, assinado pelos presentes.
Depoimento de Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, à PF

Em setembro do ano passado, o UOL já havia revelado que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid havia narrado à PF, no âmbito de seu acordo de colaboração, que Bolsonaro consultou os comandantes das Forças Armadas sobre um plano de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022. Naquele conjunto de depoimentos, Cid afirmou que os comandantes da Aeronáutica e do Exército se opuseram à trama.,

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