OPINIÃO
Sakamoto: Bolsonaro deve chamar para a guerra se não fugir do país antes
Colaboração para o UOL
25/11/2024 18h01
O processo de investigação que pode acarretar uma condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa estar "muito azeitado" para não gerar futuras anulações de condenação, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta segunda-feira (25) — embora seja provável que Bolsonaro chame seus apoiadores "à guerra" antes de uma eventual prisão, avaliou.
Para Sakamoto, o STF deve tentar lidar com o processo de julgamento antes das eleições presidenciais de 2026, mas tanto a Corte quanto a PGR (Procuradoria-Geral da República), que oferece a denúncia no caso da tentativa de golpe de Estado no país, precisam avaliar com parcimônia as provas obtidas e o que elas indicam.
O Supremo, se não conseguir resolver isso antes, vai contaminar o processo eleitoral muito mais do que já acontece. Claro que Bolsonaro vai usar isso eleitoralmente, politicamente. Todo mundo está envolvido — o PL, o Valdemar Costa Neto, sendo um dos indiciados, vai utilizar isso politicamente, não tenha dúvida.
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É melhor ter uma certa celeridade, mas é essencial que tudo esteja muito bem azeitado para não deixar pontas soltas que levem os condenados a serem inocentados mais adiante, ou a pedirem anulação de condenação e tudo mais.
A gente sabe que a anulação de condenação depende do caldo e do contexto político. No caso do Lula, isso aconteceu porque houve um fato novo — descobriram as mensagens que comprovaram publicamente o conluio entre a acusação e o magistrado no julgamento da Lava Jato.
Tem um ponto que é o seguinte: quando Lula foi preso, ele teve aquele evento na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, teve aquela despedida, aquele protesto, mas ele falou: "Vou preso e vou defender minha inocência lá preso." Ele não chamou à guerra. Bolsonaro, por outro lado, deve chamar à guerra, sim, isso se não fugir do país antes.
Leonardo Sakamoto
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