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Oposição critica Moraes e tempo de inquérito das fake news: 'Nada razoável'

À frente do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes foi bastante criticado pela oposição Imagem: Sergio Lima/AFP

Do UOL, em Brasília

19/03/2024 17h06Atualizada em 19/03/2024 17h06

Deputados e senadores criticaram o inquérito das fake news do STF (Supremo Tribunal Federal), que completou cinco anos de existência.

O que aconteceu

Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) chamou a duração do inquérito de "nada razoável". O parlamentar justificou que o período está fora dos padrões das investigações conduzidas no Brasil, que não chegam nem perto de cinco anos.

Marinho acrescentou que a origem do inquérito é discutível. Ele lembrou que a regra sempre foi o STF poder investigar agressões verbais e físicas em suas dependências, mas que o inquérito foi aberto por meio de um alargamento deste entendimento, permitindo apurar qualquer menção ao Supremo em qualquer local.

Líder da oposição na Câmara, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) disse que pessoas sem foro não devem ser julgadas por ministros do STF. Ele afirmou que hoje mais de mil cidadãos sem cargos públicos terão processos apreciados pelo Supremo.

Líder da minoria na Câmara, a deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que há conflito de interesses. A parlamentar argumentou que Alexandre de Moraes faz a função de investigador e juiz.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) concordou e afirmou que Moraes não tem isenção. Ele ponderou que, há mais de um ano, o ministro do STF convive com informações de que foi monitorado e seria preso em caso do suposto golpe. Diante desta situação, não seria a pessoa ideal para estar à frente do inquérito.

Nota da oposição reclamou da escolha de Moraes. O texto ressalta que não houve sorteio para decidir o ministro, que é o método tradicional. O caso foi entregue a ele por decisão do STF.

Crítica é defesa indireta de Bolsonaro

A fala dos parlamentares ocorreu no dia em que Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal. Os agentes afirmaram que o ex-presidente foi envolvido no inquérito que apura falsificação de cartões de vacina.

A investigação aponta envolvimento de Bolsonaro em associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. No entender de parlamentares da direita, existe uma perseguição contra o ex-presidente por meio de uma associação entre a esquerda e a Justiça.

No total, 17 pessoas foram indiciadas. As investigações contaram com elementos fornecidos pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada.

O ex-presidente responde a outros inquéritos. O mais comentado é a suspeita de tentativa de golpe de Estado, à qual teria apoio de militares de alta patente.

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