Comissão da Câmara aprova convite para Lewandowski explicar fuga em Mossoró

Com maioria de deputados da oposição, a Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou convite para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, explicar as circunstâncias da fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró (CE).

O que aconteceu

Havia seis solicitações para o ministro ser chamado. A dúvida era se haveria uma convocação (instrumento parlamentar mais hostil, que torna obrigatória a presença) ou convite (que é uma maneira mais diplomática).

Foi decidido em acordo que Lewandowski será convidado. A data ainda será definida. A escolha foi resultado direto do empenho pessoal do presidente da comissão, deputado Alberto Fraga (PL-DF).

O parlamentar explicou que não seria de bom-tom começar sua gestão esticando a corda com um ministro. Mas Fraga não estava disposto a fazer do chamado de Lewandowski um cavalo de batalha nem correr o risco de parecer que estava defendendo o governo.

Mudança no decreto de armas

A atitude de Fraga se deve à possibilidade de alteração no decreto que regula o acesso a armas. A sinalização foi dada pelo ministro em reunião ocorrida na semana passada.

De acordo com o deputado, Lewandowski mencionou a possibilidade de mudanças em três pontos: liberar espingarda de pressão; acabar com a exigência de que os clubes de tiro fiquem a mais de 1 km de escolas; e a redução do número de vezes que um atirador precisa praticar a cada ano para manter a autorização de CAC (caçador, atirador ou colecionador).

O voto de confiança do presidente da comissão no ministro não é partilhado por todos os deputados. Sanderson (PL-RS) afirmou que Flávio Dino, antecessor de Lewandowski, fez a mesma promessa e não houve flexibilização no decreto as armas.

Sanderson também vai questionar sobre a fuga de dois chefes do Comando Vermelho da cadeia de Mossoró. Foi a primeira vez na história que detentos do sistema penitenciário federal conseguiram escapar. Eles estão foragidos a 35 dias.

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