Móveis: Polarização e transição conturbada complicam caso, diz advogada
Colaboração para o UOL, em São Paulo
21/03/2024 13h31
A polarização entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atrapalhou o caso dos móveis da Alvorada, analisou a advogada Fernanda Perregil no UOL News da manhã desta quinta-feira (21).
A forma como isso foi trazido a público não foi muito correta e não é a forma que a gente deve lidar com esse tipo de situação. Por isso, a possibilidade do processo de calúnia existe.
É um tema delicado. Obviamente, isso tem muita relação com a polarização tóxica, com toda a carga de discussões, de uma política problemática, que perde até em qualidade de discussões e debates.
Há uma polarização que complica toda essa circunstância. A transição não foi fácil. Tivemos o 8 de janeiro, que só agravou e tornou essa coisa mais hostil possível.
Entenda o caso
A Secom (Secretaria de Comunicação) divulgou uma nota em que responsabiliza a gestão Bolsonaro pelo desaparecimento dos móveis da Presidência. O posicionamento ocorreu através de nota na noite desta quarta-feira (20).
Relatório apresentado pelo governo Bolsonaro, emitido em 4 de janeiro, dizia que 261 itens estavam perdidos, segundo o comunicado. "Ou seja, quem não sabia onde estavam os móveis era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos e sem controle", diz o texto.
A busca pelos móveis perdidos foi concluída no segundo semestre de 2023, diz a Secom. A pasta afirma que os itens foram encontrados em "diversas dependências diferentes da Presidência da República — não só no Alvorada".
A disputa teve início durante a transição de governo, no início do ano passado. Lula e a primeira-dama Janja reclamaram das condições da residência oficial e apontaram que alguns móveis do patrimônio estavam faltando, quando Jair Bolsonaro (PL) e sua mulher, Michelle, se mudaram do local.
A Secom também justifica a compra dos móveis novos enquanto os antigos estavam desaparecidos. "Foram os imprescindíveis para recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico, e não são os mesmos da lista de patrimônio perdido". O comunicado ainda diz que nem todos os itens encontrados estavam em condições de uso.
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