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PT decide participar de atos sobre o golpe militar de 64, anuncia partido

Do UOL, em São Paulo

27/03/2024 19h46

O PT anunciou que irá participar de manifestações e eventos em memória dos 60 anos do golpe militar no Brasil —ao contrário do governo federal, que segue a determinação do presidente Lula para não realizar atos específicos para a data.

O que aconteceu

Decisão por participar das manifestações não cita orientação contrária de Lula. O partido apenas menciona, em nota divulgada nesta quarta-feira, que os debates sobre os atos foram feitos na reunião do diretório nacional do PT, realizado na terça-feira (26).

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Fundação do partido realizará ações. "O PT apoiará e participará dos atos e manifestações da sociedade previstos para os dias 31 de março e 1º de abril em diversos pontos do país, além das atividades organizadas por sua fundação, a Fundação Perseu Abramo, sobre os 60 anos do Golpe de 1964", diz trecho da nota.

Partido também menciona 8 de janeiro e reforça o tema do "sem anistia". "O PT reforça a mobilização contra a anistia aos golpistas, exige punição de todos que planejaram, financiaram e organizaram a conspiração golpista e os atentados de 8 de janeiro, sejam civis ou militares. Todos: desde seu comandante, Jair Bolsonaro, aos generais e chefes militares golpistas, empresários e demais envolvidos na conspiração", escrevem.

Lula busca reconciliação com os quartéis após atos do 8 de janeiro. Este foi o motivo de sua relutância para lembrar da data em eventos oficiais do governo federal.

Antes do veto do presidente, ministério tinha planejado pedidos de desculpas públicos, diz a Folha de S.Paulo. O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania já havia levantado um possível slogan da ação: "60 anos do golpe 1964-2024: sem memória não há futuro".

Em entrevista, Lula disse que não gostaria de "remoer o passado". Ao jornalista Kennedy Alencar, Lula disse que tinha mais preocupações "com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64" e disse que, apesar de partes da história do período militar ainda permanecerem incompletas, ele preferia "tocar o país para frente".

O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente.
Presidente Lula em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar

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