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Instituto Lula chama golpe de 64 de 'maior tragédia' após ordem de silêncio

"Democracia sempre", diz publicação assinada pela entidade criada pelo petista e aliados próximos Imagem: Reprodução/X/Institutolula/31.mar.2024

Do UOL, em Brasília

31/03/2024 11h30Atualizada em 31/03/2024 11h30

Apesar de Lula ter ordenado o silêncio sobre os 60 anos do golpe militar no Brasil, o instituto do próprio presidente classificou a ditadura como "a maior tragédia da história política" do Brasil.

O que aconteceu

O Instituto Lula destacou o retrocesso causado pelo período ditatorial em publicação feita hoje. "Golpe nunca mais", escreveu a entidade criada pelo presidente e assessores mais próximos depois que ele encerrou seu segundo mandato (2007-2010).

Para manter a estabilidade institucional do governo com os militares, Lula vetou qualquer menção ao golpe — que fez o país mergulhar em 21 anos de ditadura e tirou o direito dos brasileiros de votar para presidente. A democracia só voltaria em 1985, com eleições diretas presidenciais apenas em 1989.

A maior tragédia da história política do [Brasil] completa hoje 60 anos. Em 31 de março de 1964, instalou-se no Brasil uma longa e brutal noite de terror que interrompeu o rico processo democrático que marcou as duas décadas anteriores.
Instituto Lula, em nota

Dilma relaciona golpe a 8 de janeiro

Já Dilma Rousseff (PT) mencionou hoje os 60 anos da histórica ruptura democrática. Em 2014, a então presidente fez cerimônia para relembrar os 50 anos do golpe. A petista foi torturada e Lula, preso, durante a ditadura.

Ela relacionou o golpe de 1964 aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Naquele dia, militantes de extrema-direita fizeram mais uma tentativa de derrubar o governo de Lula, recém-empossado àquele momento.

Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita, como quase ocorreu recentemente, em 8 de janeiro de 2023.

A História não apaga os sinais de traição à democracia e nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam de sangue, tortura e morte a vida brasileira durante 21 anos.
Dilma Rousseff, ex-presidente

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