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'Corrupção venceu', diz Deltan sobre decisão em favor de Marcelo Odebrecht

Então procurador, Deltan Dallagnol coordenou a força-tarefa da Lava Jato no Paraná Imagem: O ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/05/2024 21h51Atualizada em 22/05/2024 15h58

Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa no Ministério Público durante a Lava Jato, reagiu à anulação das decisões da operação contra o empresário Marcelo Odebrecht, nesta terça-feira (21).

O que aconteceu

Dallagnol afirmou que "a corrupção venceu" pelas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal).

Um dos maiores corruptos confessos da história do Brasil, que entregou provas e informações sobre crimes cometidos por autoridades de todos os escalões da República, foi blindado pelo ministro que ele mesmo citou em sua delação. A corrupção venceu e quem a colocou no pódio foi o STF. Deltan Dallagnol, ex-procurador e deputado federal cassado pelo Paraná

O ministro do STF Dias Toffoli anulou todos os atos vinculados à Lava Jato contra Odebrecht e à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o senador Sergio Moro (União-PR) era juiz. Ele também determinou que todas as ações em curso sejam trancadas.

Declaro a nulidade absoluta de todos os atos praticados em desfavor do requerente [Marcelo Odebrecht] no âmbito dos procedimentos vinculados à operação Lava Jato, pelos integrantes da referida operação e pelo ex-juiz Sergio Moro, no desempenho de suas atividades perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Dias Toffoli, ministro do STF

Para o ministro, é "incontestável" que houve um conluio entre acusação e defesa nos processos da Lava Jato, que violou os direitos de Odebrecht. O entendimento é definitivo, e só será revisto pelos demais ministros do STF se houver recurso.

Determinação não afeta acordo de delação premiada. Toffoli ressaltou que a colaboração não foi incluída na ação e, portanto, não poderia implicá-la.

Dallagnol era responsável pela coordenação da força-tarefa no Ministério Público que deu origem à operação, no Paraná. Ele deixou o posto para disputar o cargo de deputado federal em 2022, sendo eleito pelo Podemos.

Ele foi cassado em maio de 2023, por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O tribunal entendeu que ele pediu exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda tinha relação com a operação Lava Jato.

Moro disse que tem "consciência tranquila" sobre trabalho na Lava Jato. "Se há discordância em relação a essa decisão do ministro Toffoli, o que eu espero é que haja um recurso, que possa o colegiado do STF se debruçar sobre a matéria", afirmou o senador, em entrevista à GloboNews. O UOL também o procurou, mas ele não quis se manifestar.

Eu tenho consciência tranquila da correção do trabalho que foi feito. Se alguém entende diferente, que o MP promova os recursos que entender cabíveis. Eu, como senador, não posso interferir no trabalho de outro poder. Sergio Moro (União Brasil-PR), à GloboNews

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