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PSB, pró-impeachment e bolsonarismo: relembre carreira política de Romário

Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

27/05/2024 13h14

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o senador Romário (PL-RJ) por envolvimento em suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro.

O caso com indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro foi revelado com exclusividade pelo UOL e também envolve o vereador do Rio Marcos Braz (PL), vice-presidente de futebol do Flamengo.

Romário se filiou ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) em 2009. Desde então, passou pelo Podemos e está no PL desde 2021.

O ex-futebolista é senador desde 2015. Antes, ocupou uma vaga de deputado federal entre 2011 e 2014. Romário ainda chegou a ser candidato ao governo do Rio de Janeiro em 2018, mas não conseguiu ser eleito.

Início em partido de centro-esquerda

Romário estreou em cargo eletivo nas eleições de 2010, quando, eleito deputado federal, tornou-se o sexto candidato mais votado do país.

Em 2013, chegou a anunciar sua desfiliação do PSB, mas voltou à sigla meses depois, quando também foi presidente estadual do partido no Rio de Janeiro.

Nas eleições de 2014, foi eleito senador pela primeira vez, com mais de 4,6 milhões de voto.

No ano seguinte, concedeu entrevista à revista "Placar" na qual deu uma polêmica declaração sobre a política brasileira: "Achava que política era lugar de ladrão e sacanagem. E eu acertei", disse.

O senador teve que se desculpar no Facebook e disse que "se empolgou" durante a entrevista. Na publicação, ele escreveu que "existem ótimos políticos no Congresso Nacional".

Em 2016, o senador começou a se afastar do PSB, quando votou favoravelmente ao processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Em seu discurso, ele disse que não imaginava cumprir o papel de juiz em um processo de impedimento. "É um momento triste quando se decide afastar uma presidente da República." O senador contou estar convencido que Dilma cometeu crime de responsabilidade. "Estou convencido pelos fatos e amparado pela minha consciência."

Na eleições municipais daquele ano, o ex-jogador foi considerado um dos pré-candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele confirmou o interesse na disputa após seu nome aparecer em segundo lugar numa pesquisa, mas desistiu da candidatura e declarou apoio ao então colega de senado Marcelo Crivella.

Em junho de 2017, Romário deixou o PSB para se filiar ao Podemos, antigo PTN. No partido, foi o indicado para ocupar a segunda vice-presidência do Senado na eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência, e chegou a presidir duas comissões, a de Educação e de Assuntos Sociais.

Aproximação do bolsonarismo

Em outubro de 2021, em meio à pandemia, Romário disse preferir Jair Bolsonaro a Lula, e afirmou que, ainda que tivesse críticas governo, achava que o Brasil estava melhor do que nos anos petistas.

"Antes de Bolsonaro, nosso país estava uma merda do caralho", disse o ex-jogador de futebol em entrevista ao "Cara a Tapa", canal no YouTube do jornalista esportivo Rica Perrone.

Nesse mesmo ano, Romário anunciou pelas redes sociais que se filiaria ao PL. "Assinei hoje minha filiação ao PL (Partido Liberal). Agradeço publicamente a todos os membros da legenda que me receberam de braços abertos", publicou.

Na época, afirmou que sairia sem desentendimentos, mas que buscava suporte para uma atuação de acordo com os seus anseios políticos.

Em 2022, foi reeleito senador no Rio de Janeiro com mais de 2,3 milhões de votos. Apesar disso, na campanha, ele não recebeu apoio direito de Bolsonaro e chegou a esconder o então presidente e candidato à reeleição de seus santinhos.

Embora filiado ao PL, ele tem acompanhado o governo no Senado em 52% das votações, segundo ranking da Congresso em Foco, e já foi chamado de "traíra" por bolsonaristas.

Ataque de bolsonaristas

Em novembro de 2023, Romário virou alvo de bolsonaristas após votar contra a PEC que limitava decisões dos ministros do STF. O ex-jogador foi o único filiado ao PL, mesmo partido do ex-presidente, a votar contra a proposta.

Entre os nomes que fizeram post diretamente para atacar o senador está o deputado estadual por São Paulo Bruno Zambelli, irmão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Em sua conta no Instagram, ele afirmou que Romário deu uma "bola fora".

Após a divulgação da posição do senador, ele também foi chamado de traidor nas redes sociais e houve quem questionasse a permanência dele no partido.

Em abril deste ano, o presidente do PL Valdemar da Costa Neto foi vaiado ao citar o nome do senador em um ato bolsonarista na praia de Copacabana. Romário não é visto mais como um nome alinhado ao bolsonarismo.

CPI das Apostas Esportivas

Em abril deste ano, o Senado instalou CPI das Apostas Esportivas para investigar as denúncias de manipulação de resultados do futebol brasileiro. Romário foi eleito o relator da CPI, cuja presidência ficou com o senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

Na abertura da CPI, o jogador, agora investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, falou contra corrupção.

"As pessoas aqui querem, definitivamente, colocar tudo a limpo, querem abrir as caixas pretas dessas casas de apostas que existem no nosso país. Entender e conhecer melhor que tipo de manipulação vem acontecendo e quais são os autores e atores dessas manipulações", comentou.

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