'Não se preocupe tanto', diz Moro a esposa após virar réu; veja o diálogo
Do UOL, em São Paulo
05/06/2024 08h45
O senador Sergio Moro (União-PR) foi fotografado enquanto conversava por WhatsApp com a esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), sobre a decisão do STF de torná-lo réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes.
O que aconteceu
"Não se preocupe tanto", escreveu o senador à esposa. Esse trecho da conversa foi fotografado pelo Estado de S.Paulo.
"Calúnia?", perguntou Rosângela sobre o crime pelo qual o marido responderá. Ele confirma: 'Calúnia'. As conversas ocorreram no Whatsapp e foram fotografadas quando Moro estava no plenário do Senado.
A deputada também questionou se a pena é maior que quatro anos, o que poderia levar à perda de mandato. O Código Penal prevê perda de mandato em caso de pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos.
Ele responde: "Em tese pode ser, em decorrência das causas de aumento, mas altamente improvável". "Ish. Aonde você está?", continua ela. Moro diz que está no plenário.
Como foi o julgamento
Por unanimidade, a Primeira Turma do STF seguiu voto proferido pela relatora, ministra Cármen Lúcia. Para ela, há indícios de fato delituoso para justificar abertura de uma ação penal contra o senador. "A conduta dolosa do denunciado consistiu em expor sua vontade de imputar falsamente a magistrado deste Supremo Tribunal Federal fato definido como crime de corrupção passiva", afirmou a ministra.
O caso se baseou em um vídeo que circulou nas redes sociais. Na gravação, Moro aparece em uma conversa com pessoas não identificadas. Durante o diálogo, que teria ocorrido em 2022, ele afirmou: "Não, isso é fiança, instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes". Ele foi denunciado em abril de 2023 pela então vice-procuradora da República Lindôra Araújo.
Os ministros do STF que votaram: Cármen Lúcia foi seguida por Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.
Advogado argumentou que senador usou expressão infeliz. Luiz Felipe Cunha defendeu a rejeição da denúncia e disse que o parlamentar se retratou publicamente.