O que Moro disse sobre Gilmar em festa junina que rendeu processo no STF
O senador Sérgio Moro (União-PR) virou réu nesta terça-feira (4) por supostamente caluniar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. O caso é motivado por um vídeo de oito segundos, gravado em uma festa junina, em que o ex-juiz aparece falando sobre "comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes".
No recorte da gravação, Moro é filmado conversando com outras pessoas, que falam sobre a "prisão", uma das atrações das festas juninas. No diálogo, uma voz feminina comenta: "Está subornando o velho". O senador responde, rindo: "Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".
Uma versão recortada do vídeo foi compartilhada. Mais tarde, houve o compartilhamento de um trecho maior da gravação, em que a mulher de Moro, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), também aparece. No vídeo, interlocutores explicam para o ex-juiz sobre como funciona a brincadeira junina.
A denúncia foi feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) e estava parada desde maio do ano passado. Nesta terça, por unanimidade, a Primeira Turma do STF votou por abrir ação penal contra Moro no caso. Ele responderá criminalmente por calúnia e, caso condenado a mais de quatro anos de prisão, poderá perder o mandato de senador.
Desde que a gravação veio a público, em abril de 2023, o senador negou em diversas ocasiões qualquer acusação ao ministro. Ele diz que não teve a intenção de ofender o decano do STF e que a declaração foi uma "brincadeira" tirada de contexto por "pessoas inescrupulosas".
A Primeira Turma do Supremo é composta pela ministra e relatora, Cármen Lúcia, e pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Nesta segunda-feira (3), a defesa do senador disse que não teve tempo de preparar a defesa e pediu o adiamento do julgamento, mas o pedido não foi atendido.
O que os ministros analisaram agora foi a existência de elementos para instaurar uma ação penal. O julgamento do mérito só acontecerá após a chamada fase de instrução do processo - quando são ouvidas testemunhas e produzidas provas complementares.
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